Detenção de portugueses agita campanha em São Tomé

A detenção temporária de seis trabalhadores contratados pela Acção Democrática Independente (ADI), incluindo três portugueses, agitou durante o dia de ontem a campanha para as eleições legislativas de São Tomé e Príncipe.

A detenção temporária de seis trabalhadores contratados pela Acção Democrática Independente (ADI), incluindo três portugueses, agitou durante o dia de ontem a campanha para as eleições legislativas de São Tomé e Príncipe.

Só a providência cautelar apresentada pelo partido de Patrice Trovoada levou o tribunal a suspender a ordem de extradição que fora anunciada durante a tarde e que levara dezenas de apoiantes da ADI a concentrarem-se junto à Embaixada de Portugal em São Tomé.

Ali estavam os técnicos de montagem de palcos de campanha que haviam sido detidos depois de as autoridades considerarem que não tinham condições para garantir a sua segurança.

Para gáudio dos manifestantes, o próprio advogado da ADI dirigiu-se ao local para anunciar a decisão judicial de “suspender” a ordem de extradição, numa altura em que se especulava que os portugueses regressariam a Lisboa no avião da TAP que saia de São Tomé ao final da tarde de ontem.

Mas, em esclarecimento aos jornalistas presentes, a Embaixadora Paula Silva disse não haver “ainda uma decisão definitiva” sobre o futuro imediato dos trabalhadores, três portugueses e três romenos.

A diplomata fez questão de frisar que o momento de tensão junto à embaixada contrasta com “a calma que tem marcado a campanha até ao momento” e adiantou estar “em contacto permanente com as autoridades locais”.

Mas, em contraste com as palavras da embaixadora portuguesa, a crescente tensão na campanha são-tomense voltou a mostrar-se durante a noite, com o SOL a testemunhar a queima de um cartaz da campanha de Patrice Trovoada numa rua central da capital do país.

Patrice Trovoada chega a São Tomé na sexta-feira e é tido como favorito para vencer as eleições do próximo dia 12. O líder da ADI está fora do país desde Dezembro de 2012, depois de o Presidente Pinto da Costa ter decidido empossar um Governo de coligação de partidos da oposição que se uniram para aprovar uma moção de censura contra o Executivo da ADI que se tinha formado após vitória sem maioria absoluta nas últimas legislativas.

nuno.e.lima@sol.pt