Até ao momento já foram vendidos cerca de 500 milhões de iPhones em todo o mundo. O smartphone desenvolvido por Steve Jobs continua a revolucionar o mercado dos telemóveis e a fazer as delícias dos fãs que esperam horas – e alguns até meses – à porta das lojas da Apple para comprarem o modelo mais recente

Há sete anos Steve Jobs, fundador da Apple, apresentava ao mundo um produto que viria a revolucionar o mercado de telemóveis: o iPhone. Inicialmente denominado Purple, o smartphone da Apple começou a ser desenvolvido em 2004 com uma equipa de mil trabalhadores, incluindo Jonathan Ive, o ‘pai’ do design do iPhone.

Hoje, após o lançamento de dez versões diferentes e de terem sido vendidas cerca de 500 milhões de unidades, o dispositivo continua a ter uma legião de fãs capaz de percorrer quilómetros e esperar várias horas, e em alguns casos até meses, às portas das lojas para comprar o novo iPhone. Este cenário repete-se nos quatro cantos do mundo. De Nova Iorque a Amesterdão, de Turim a Hong Kong, não há metrópole onde a marca não tenha conquistado ‘applemaníacos’. No Japão, um fã chegou mesmo a ir para a porta da loja da Apple sete meses antes do lançamento do recente iPhone 6.

Quando Steve Jobs apresentou o novo aparelho da Apple sublinhou que era uma combinação entre um telemóvel revolucionário, um iPod com ecrã táctil e um dispositivo de fácil acesso à internet. Apesar de saber que estava a apresentar um produto inovador, o iPhone teve um impacto no mercado que ninguém podia prever. A loucura da ‘tentação da maçã’ provocou o desmantelamento de um gigante como a Nokia, comprada entretanto pela Microsoft há um ano, e levou a Blackberry quase à falência.

O design elegante e inovador, o sistema operativo próprio (iOS) e o estatuto social associado aos utilizadores do iPhone – por o seu preço não ser para todos os bolsos – estão na base do fenómeno. Acrescem as funcionalidades consideradas inovadoras e todo o ‘aparato’ criado à volta do lançamento de um novo modelo e está criado o cocktail para uma receita de sucesso.

Antes de uma nova versão do iPhone sair são várias as notícias e rumores publicados sobre as novas funcionalidades ou a data do lançamento. Os fãs ficam ansiosos por ver como será o novo modelo e conhecer todos os detalhes. Por essa razão, as conferências de apresentação em Cupertino, sede da Apple, são pensadas e organizadas ao pormenor.
Há uma ordem de trabalhos que passa de ano para ano: sigilo absoluto. Os trabalhadores da Apple ficam impedidos de passar qualquer informação sobre o novo produto para que no ‘dia D’ os fãs sejam surpreendidos. Uma estratégia que parece estar a resultar. 

Este ano, a Apple não só surpreendeu ao apresentar dois modelos como presenteou  os fãs com um concerto dos U2 e a oferta do novo álbum da banda através do iTunes.

Os passos da inovação

Ao longo da sua trajectória, o iPhone foi ganhando novas funções e mudando de formato. Em 2008 a marca apresentou o primeiro modelo, o iPhone 3G. Ainda não tinha nenhuma aplicação, mas era compatível com uma rede mais rápida e vinha com GPS. Agora existem mais de um milhão de apps disponíveis na loja da Apple. 

O iPhone 4 chegou ao mercado dois anos depois e contava com a novidade do FaceTime (chamadas de vídeo e voz), ecrã de retina e o dispositivo em cor branca – os anteriores estavam disponíveis apenas em preto e cinza.

2011 foi um ano marcante e de grandes mudanças para a Apple. Apresentou a versão 4S, na qual introduziu a Siri, uma assistente inteligente que fala com os utilizadores. Um dia depois, o fundador da Apple morreu.

O iPhone 5, apesar de ter sido apresentado um ano depois, foi planeado praticamente na íntegra por Steve Jobs. Este modelo teve duas versões: 5C e 5S. O primeiro, feito em plástico e com cores vivas, é o iPhone mais barato de sempre. Quando foi lançado custava 99 dólares no seu país de origem (menos de 80 euros, embora em Portugal o preço rondasse os 400 euros) e apesar de ser economicamente apetecível não seduziu os fãs. O 5S, que à data custava entre 500 e 900 dólares (395-710 euros), dependendo da capacidade de memória, bateu recordes de vendas, tendo sido o smartphone mais vendido do mundo em 2013.

O iPhone 6, apresentado no início do mês, é o único que não teve o cunho de Steve Jobs. Mas a avaliar pelos 10 milhões de pré-encomendas só no primeiro fim-de-semana, parece estar a seguir os passos de sucesso dos antecessores.
Após esta curta viagem de sete anos, o iPhone gera hoje uma facturação anual de cerca de 70 mil milhões de euros.