Ordens pressionam Governo

Cansadas de esperar que o Governo dê luz verde às suas propostas de novos estatutos, as ordens profissionais admitem pedir ao Executivo que delegue directamente no Parlamento as negociações com cada um dos organismos, que se arrastam há ano e meio.

Ordens pressionam Governo

«O Governo está a desrespeitar a Lei das Associações Públicas, em vigor desde Fevereiro de 2013, e a prejudicar 300 mil profissionais» – alerta o presidente do Conselho Nacional das Ordens Profissionais (CNOP), Orlando Monteiro da Silva, considerando que, «se não consegue aferir a conformidade das propostas de estatutos com a nova lei, então o Governo deve delegar essa função na Assembleia da República ou mesmo revogar a lei para permitir que cada ordem possa, individualmente, apresentar os novos estatutos aos deputados».

O Governo recebeu até Abril de 2013 todas as propostas de revisão dos estatutos das 16 ordens profissionais  existentes no país, mas algumas ainda nem sequer iniciaram as negociações. «Continuamos a espera de ser ouvidos», confirma ao SOL o bastonário dos médicos, José Manuel Silva.

O presidente do CNOP  garante que a situação é «incompreensível» e está a «bloquear» o funcionamento dos organismos. «O Governo continua sem nos dar esclarecimentos. Já nem percebemos quem está a tutelar o processo, que passou do Ministério da Economia para o gabinete do ex-secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, e agora novamente para a Economia» – desabafa Monteiro da Silva, lembrando que cada ordem tem estado a analisar os seus estatutos com os respectivos ministérios.

joana.f.costa@sol.pt