Mundial de Clubes: Real recordista tenta novo título

Sem surpresas, a final do Campeonato do Mundo de Clubes vai disputar-se hoje (19h30, SportTv 2) entre o campeão europeu Real Madrid e os argentinos do San Lorenzo de Almagro, vencedores da Taça dos Libertadores da América. 

Mundial de Clubes: Real recordista tenta novo título

 

Nas dez edições realizadas desde que a competição adoptou o actual formato – com um representante de cada uma das sete confederações mundiais de futebol –, só por duas vezes a final não se assemelhou à Taça Intercontinental, que vigorou desde 1960 até 2004 com apenas um confronto entre europeus e sul-americanos.

A grande mudança tem sido o desequilíbrio entre as vitórias dos dois continentes. Se antes da mudança de formato os sul-americanos lideravam com 21 vitórias contra 20 europeias, agora a balança pende mais para o lado do Velho Continente, cujos clubes somam seis vitórias desde 2005.

Se a tendência se mantiver amanhã, o Real Madrid – que goleou os mexicanos do Cruz Azul por 4-0 na meia-final – somará em Marraquexe, Marrocos, o seu quarto sucesso intercontinental e o primeiro no actual formato. 

E aumentará para 22 o número de vitórias consecutivas, aproximando-se de um recorde que aparentemente não está bem homologado: o livro de recordes do Guinness identifica a série de 24 vitórias alcançadas pelos brasileiros do Curitiba em 2011 como máximo mundial, mas o actual momento dos madrilenos tem motivado uma corrida aos arquivos. Foi assim que o diário espanhol Marca descobriu que o Ajax de Johan Cruijff somou 26 vitórias consecutivas na época de 1971/72.

Também histórica será uma eventual vitória do San Lorenzo de Almagro, que conquistou a sua primeira Taça dos Libertadores em Agosto e se apurou para a final deste mundial ao bater os neozelandeses do Auckland City no prolongamento (2-1). É o regresso à ribalta da equipa do coração do Papa Francisco, que em 1947 espantou a Europa numa digressão à Península Ibérica. Numa série em que fez várias vítimas, incluindo o FC Porto (4-9) e uma selecção de Lisboa (4-10), os argentinos foram derrotados apenas uma vez, precisamente pelo Real Madrid (4-2).

Quem não estará presente no jogo decisivo será o árbitro Pedro Proença, que partiu para Marrocos com a ideia de terminar a carreira após apitar a final. Depois de o presidente do San Lorenzo defender que o jogo não devia ser apitado «por um europeu nem por um sul-americano», a FIFA anunciou ontem que o português apitará o jogo entre o Cruz Azul e o Auckland City, que decidirá o terceiro classificado.

nuno.e.lima@sol.pt