O Pequeno Trevo: Aplicação única no mundo é portuguesa

Foi em Leiria que nasceu o primeiro livro multiformato em português com uma aplicação mobile que permite a todas as crianças ‘lerem’ a história. O Pequeno Trevo está disponível em audiolivro, videolivro em linguagem gestual, Braille e ilustração táctil. Para estar ao alcance de todos, independentemente das suas limitações.

«O Pequeno Trevo é um trevo de quatro folhas, e por isso especial, diferente dos outros. Tal como são todas as crianças que utilizam a APPC [Associação de Paralisia Cerebral] de Leiria». É assim que Pedro Santos de Oliveira resume o projecto que desde o ano passado tem ajudado a nascer e a vingar. Trata-se de um livro para crianças – «para todas as crianças», como gosta de sublinhar –, independentemente das suas deficiências motoras ou mentais.

Natural da Batalha, Pedro Oliveira, de 48 anos, estudou em Leiria e no estado de Nova Iorque, onde frequentou o curso de Arquitectura. De regresso a Portugal, fundou em 1992 uma empresa de publicidade e design gráfico.

A aplicação O Pequeno Trevo foi desenvolvida pela Bons Exemplos (uma ‘filial’ da empresa-mãe de Pedro Oliveira) a partir da história original de Ana Cristina Luz com ilustrações de Margarida Oliveira, que ofereceram todos os direitos à Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Leiria. Mas a principal novidade é que a história está disponível em audiolivro, videolivro em linguagem gestual, linguagem SPS (Símbolos Pictográficos para a Comunicação), ilustração táctil com audio-descrição, sistema Braille ou livro digital, graças a uma aplicação única em língua portuguesa, que permite às crianças acompanhar a história do Pequeno Trevo onde quer que se encontrem. «Aquilo que precisava de vários suportes para ser consultado, agora pode sê-lo em qualquer parte do mundo, estando disponível na appstore e também no Google Play», explica o mentor do projecto.

 O objectivo passa também por ajudar a Associação de Paralisia Cerebral de Leiria a continuar a prestar ajuda a quem mais precisa (neste momento já acompanha directamente 400 crianças) e a construir a sua sede, que incluirá hipoterapia (com cavalos), hidroterapia e uma quinta pedagógica com animais. Com o terreno já cedido e o projecto de arquitectura aprovado, os 3,59 euros que custa esta aplicação vêm dar um empurrão extra ao projecto que está neste momento a juntar fundos para se tornar realidade.

patricia.cintra@sol.pt