Reforços com espaço nos ‘grandes’

Os reforços de Verão assumiram-se como importante base de suporte no Benfica, FC Porto e Sporting na primeira metade da época, mas ao mesmo tempo apenas 10 de um total de 42 têm mais de 50% de utilização por parte de Jorge Jesus, Julen Lopetegui e Marco Silva.  

Reforços com espaço nos ‘grandes’

Bruno Martins Indi, Brahimi, Casemiro e Óliver, nos portistas, Nani, Paulo Oliveira, Naby Sarr e Jonathan Silva, nos 'leões', e Talisca e Eliseu, nos 'encarnados', são as dez caras novas dos 'grandes' que estiveram em campo em mais de metade dos minutos de jogo das respectivas equipas. Júlio César e Samaris, do Benfica, surgem logo a seguir e praticamente equiparam os três clubes no que toca aos reforços mais utilizados.

Há maiores nuances quando se olha para o quadro geral: se Lopetegui tem dado mais tempo de jogo aos 16 reforços do FC Porto (46% de utilização, sobrando 54% para os jogadores que já faziam parte do plantel na época anterior), Jorge Jesus viu os 15 chegados ao Benfica contribuírem com maior influência nos golos da equipa (mais de metade é da sua autoria).

Em Alvalade, por outro lado, houve menos mexidas a nível do plantel (só saiu um titular, o central Marcos Rojo, apesar das 11 entradas), daí que a aposta no núcleo duro da época passada tenha reservado apenas 25% de tempo de jogo para os reforços. Ainda assim, o peso de Nani é notório desde o primeiro dia, Jonathan Silva roubou o lugar a Jefferson no lado esquerda da defesa e Naby Sarr e Paulo Oliveira têm alternado como substitutos de Rojo no onze de Marco Silva.

Estas são as principais conclusões sobre o rendimento dos reforços de Verão, quando está prestes a reabrir o mercado de transferências (1 de Janeiro).

É na Invicta que moram os mais imprescindíveis. Bruno Indi chegou para colmatar a saída de Mangala para o Manchester City e, apesar de não ter feito esquecer o antecessor, tem cumprido. É de longe a contratação dos 'grandes' com mais tempo de jogo.

Quem o segue mais de perto é o companheiro de equipa Brahimi, que tem vindo a perder fulgor, mas já demonstrou ser aposta ganha. A ponto de ter atirado Cristian Tello e especialmente Adrián López para planos secundários – já para não falar de Quaresma.

O médio Casemiro, no lugar deixado vago por Fernando, e Óliver, na posição de organizador, são os outros reforços que se afirmaram como titulares nos 'dragões'. Mas não tão indiscutíveis como Talisca no Benfica ou Nani no Sporting.

O brasileiro de 20 anos foi a grande surpresa no bom arranque de temporada das 'águias', embora tenha perdido preponderância nos últimos tempos, por exemplo para Jonas, que chegou mais tarde e já provou ter facilidade de se impor na grande área. O ponta-de-lança que jogava no Valência ainda não tem, ainda assim, estatuto de titular, apesar de já ser o segundo melhor goleador da equipa, com apenas um golo a menos do que Talisca.

Se não se tivesse lesionado, o experiente Eliseu também somaria agora mais minutos, tal como o guarda-redes Júlio César.

Pouco ou nada utilizados
Do outro lado da Segunda Circular, Nani foi reforço de luxo e só uma lesão o impediu de dar maior contributo nas últimas semanas do ano. 

Marco Silva parece ter estabilizado o eixo defensivo com Paulo Oliveira ao lado de Maurício, depois da aposta inicial ter recaído em Sarr, mas tem dado pouco uso a outras contratações. São os casos de Rosell, Tanaka ou André Geraldes, que ainda nem se estreou. O mesmo acontece com o jovem escocês Ryan Gauld, o búlgaro Slavchev e o egípcio Rabia (este devido a lesão).

No FC Porto há casos iguais. Ricardo, Opare e Otávio aguardam pela primeira oportunidade. E no Benfica, embora já todos os reforços tenham sido utilizados por Jesus, sete não acumulam sequer 20% do tempo total de jogo, situação que acaba por ser idêntica no FC Porto (8) e no Sporting (7).

rui.antunes@sol.pt