Autores do massacre no Charlie Hebdo eram ‘profissionais’

O ataque desta manhã à redacção do jornal satírico parisiense ‘Charlie Hebdo’ não foi perpetrado ‘cidadãos comuns’ mas sim por profissionais.

Autores do massacre no Charlie Hebdo eram ‘profissionais’

Esta é uma tese que está a ganhar força, e que é analisada pela Sky News. Descreve os atiradores que mataram 12 pessoas, entre os quais dois polícias, como indivíduos altamente treinados e que sabiam o que estava a fazer.

Como justificação, descrevem a movimentação dos terroristas, num momento captado por um dos vídeos que anda a circular nas redes sociais.

Quando abateram um dos agentes da autoridade, os atancantes apontaram com precisão e disparam dois tiros seguidos a um agente da autoridade. A aproximação feita ao agente da polícia que estava caído a 20 metros de distância também foi feita ao estilo militar – com a arma encaixada no ombro e com um dos atancantes a caminhar à frente do outro, que prestaria apoio ao primeiro.

Um destes acabaria por assassinar a sangue frio o homem prostrado no chão, que pedia misericórdia, com um único tiro na cabeça, sem qualquer hesitação.

O próprio manuseamento das armas – metralhadoras Kalashnikov – requer prática. Não só para as manusear como também para atingir alvos em movimento – como foi o caso de um dos agentes da polícia.

Quando levaram a cabo o ataque, os indiviíduos sabiam que esta quarta-feira pelas 10h iria haver uma reunião da redacção. Chamaram os nomes das vítimas que pretendiam matar por vingança e que eram responsáveis pela publicação de cartoons que ridicularizavam o extremismo islâmico – o que denota um estudo aturado dos alvos.

A própria fuga é feita calmamente, com recurso a um carro comum – um Citröen preto.

Esta acção não foi obra de atacantes isolados como no caso do assassínio do soldado Lee Rigby em Londres ou até mesmo nos recentes incidentes terroristas no Canadá e na Austrália. Foi uma operação de infantaria que utilizou técnicas e tácticas clássicas que apenas combatentes com experiência de guerra poderiam executar.  

O Governo francês procura agora perceber se os terroristas actuaram sozinhos ou se o ataque que começou no edifício do jornal pode continuar noutros locais.

As tropas francesas encontram-se actualmente a combater radicais islâmicos no noroeste africano e fazem parte da coligação liderada pelos EUA, com vários países europeus e árabes, para combater o avanço do Estado Islâmico no Iraque e na Síria

Recorde-se que 10% da população francesa é muçulmana. Desses, 40% são jovens desempregados e que não se sentem franceses – os ‘alvos predilectos’ de recrutamento dos grupos extremistas.