Hipermercados trouxeram ‘pressão concorrencial’ ao mercado de combustíveis

O presidente da Autoridade da Concorrência (AdC), António Ferreira Gomes, defendeu hoje no parlamento que a entrada dos supermercados e hipermercados no mercado dos combustíveis rodoviários foi “uma importante fonte de pressão concorrencial”.

Na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas, onde está a ser ouvido sobre a evolução do preço dos combustíveis por requerimento do PCP, Ferreira Gomes afirmou que a comercialização pelas grandes superfícies permitiu "ganhos em termos de concorrência muito importantes", que se traduzem num diferencial de preço médio de valores que pode ir "dos 12 cêntimos aos quase 15 cêntimos por litro".

O presidente da AdC adiantou que, entre 2008 e 2014, a quota das petrolíferas no mercado de retalho de combustíveis caiu de 80,7% para 70,5%, enquanto a quota dos supermercados e hipermercados passou dos 12,5% para os 22,2% no mesmo período de tempo.

Portanto, os supermercados – Auchan, Intermarché, Leclerc e Pingo Doce – duplicaram a sua presença no mercado nacional de combustíveis nos últimos sete anos.

Apesar de continuar a ser líder de mercado, a Galp protagonizou a maior perda de quota, dos 40 a 45% em 2008 para 25 a 30% em 2014, segundo os dados apresentados hoje no parlamento pela AdC.

Já a quota das outras três principais petrolíferas manteve-se praticamente inalterada nos últimos sete anos, com a Repsol a ter 15 a 20%, a BP com 10 a 15% e a Cepsa com 5 a 10%.

Também a quota dos independentes se manteve praticamente inalterada, a rondar os 7%.

Apesar do aumento da concorrência, a AdC recomenda a simplificação do processo de licenciamento de postos de abastecimento, em especial dos postos das cadeias de supermercados e nas auto-estradas, para aumentar a concorrência neste mercado.

Lusa/SO