Três milhões de utentes não foram aos centro de saúde

Cerca de três milhões de utentes inscritos nos centros de saúde não foram uma única vez ao médico de família durante o último ano, segundo dados do Ministério da Saúde, que quer “aumentar a captação de doentes”.

O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde revelou hoje, durante a apresentação de um estudo sobre hipertensão, que o levantamento dos utentes que não frequentaram os centros de saúde no último ano foi feito há cerca de duas semanas.

"Temos de aumentar a captação de doentes. Temos de transformar os nossos centros em centros de saúde e não apenas em sítios de doença", afirmou Leal da Costa, referindo que muitas pessoas não vão ao médico por se sentirem saudáveis.

Em declarações aos jornalistas no final da apresentação do estudo sobre hipertensão, o governante sublinhou a importância de ir ao médico de medicina geral e familiar pelo menos uma vez por ano.

Leal da Costa manifestou-se preocupado com o facto de haver "uma franja de doente não diagnosticados" para alguns problemas, como a hipertensão.

O secretário de Estado defendeu que tem de se apostar na prevenção dos problemas de saúde, levando as pessoas a fazer mais exercício físico, a consumir menos sal e açúcar e a reduzir o tabagismo.

É também na lógica da prevenção, defendeu, que é importante que os centros de saúde chamem os doentes que não visitam o médico por longos períodos de tempo.

Actualmente, os utentes com médico de família que não frequentam o centro de saúde durante três anos são contactados e caso não manifestem interesse em continuar com médico atribuído perdem o seu médico de família.

Leal da Costa manifestou ainda a intenção de alterar a forma de cálculo da lista de utentes por médico de família, introduzindo factores como a idade dos doentes ou o tipo de patologias, até porque os factores de ponderação para a lista de utentes não são actualizados desde 2007.

Estão neste momento a decorrer as negociações com os sindicatos médicos sobre a lista de utentes por médico de família, que actualmente tem o limite máximo de 1900 doentes.

Lusa/SOL