China disponível para aumentar as importações de Portugal

A China está disponível para aumentar as importações de Portugal e investir ainda mais na economia portuguesa, nomeadamente no sector das infra-estruturas, disse à agência Lusa o secretário de Estado português da Economia, Leonardo Mathias.

"A porta está aberta", afirmou Leonardo Mathias depois de "uma reunião muito positiva" com o primeiro vice-ministro chinês do Comércio, Zhong Shan, realizada na quinta-feira em Pequim.

Na reunião, o vice-ministro chinês realçou a "complementaridade" das duas economias e "considerou importante do ponto de visto económico, cultural e social a existência de um voo directo" entre os dois países.

Mesmo sem ligações directas, Portugal recebeu em 2014 cerca de 114.000 turistas chineses, um aumento de mais de 30% em relação ao ano anterior, referiu o governante português.

Segunda economia mundial, a China tornou-se nos últimos anos um dos maiores investidores em Portugal e um mercado de crescente importância para as exportações portuguesas.

Pelas contas da Administração-geral das Alfandegas Chinesas, em 2014, as exportações portuguesas para a China cresceram 18,8% em relação ao ano anterior, ultrapassando pela primeira vez os 1.600 milhões de dólares. 

Na quinta-feira, Leonardo Mathias encontrou-se também com o presidente da China Three Gorges (CTG), Lu Chun.

Trata-se do maior accionista da EDP (Energias de Portugal), com 21,3% do capital, e protagonizou o primeiro grande investimento chinês em Portugal, no valor de 2,700 milhões de euros, concretizado em 2012.

"Eles consideram Portugal um país de confiança e com estabilidade política, com elevados níveis de desenvolvimento e conhecimento, e encontraram uma EDP com a tecnologia e a inovação com que podem alavancar a sua estratégica internacional", disse o secretário de Estado.

Além disso – acrescentou – "a CTG vê o investimento conjunto com a EDP em países de língua portuguesa, nomeadamente Brasil e Moçambique, como uma parte fundamental da sua expansão".

Leonardo Mathias vai encontrar-se ainda hoje com responsáveis da multinacional chinesa Huawei, seguindo no sábado para Macau.

Foi o primeiro governante português recebido em Pequim em 2015, o ano do 10.º aniversário do acordo luso-chinês de "parceria estratégica global".

No total, desde 2011, o investimento chinês na economia portuguesa – nas áreas da energia, seguros, banca e saúde – soma cerca de 10.000 milhões de euros.

Lusa/SOL