Título. O último assalto

Eestá nas mãos de Jonas, Lima e companhia. O Benfica entrou no último round do campeonato com duas oportunidades para dar o golpe final, a primeira das quais joga-se hoje em Guimarães (18h, SportTV 1).  

Título. O último assalto

Para o clube da Luz sair da cidade berço como bicampeão nacional basta-lhe igualar o resultado FC Porto no Restelo (os jogos são à mesma hora). Se fizer pior, ficará tudo adiado para a última ronda, com os 'encarnados' a receberem o Marítimo e os 'dragões' o já despromovido Penafiel.

Em Guimarães o Benfica enfrenta um dos adversários que mais dissabores lhe causou desde que Jorge Jesus assumiu o comando técnico, em 2009. Dos 318 jogos com o treinador da Amadora ao leme, as 'águias' perderam 45. E desses apenas 26 frente a clubes portugueses. Dez, no total. O Vitória de Guimarães não só é desses dez clubes como um dos quatro que derrotaram o Benfica de Jesus em mais de uma ocasião.

Nestes seis anos, só o FC Porto (nove vezes) e o Sp. Braga (cinco) infligiram mais derrotas aos 'encarnados' do que os vimaranenses, que se vestiram de carrascos em quatro momentos. O mais recente, em Maio de 2013, valeu a conquista da Taça de Portugal, prova da qual já haviam eliminado o Benfica, em Novembro de 2009, naquela que constituiu a primeira derrota na Luz da era Jesus – e a única dessa temporada.

Nem o Sporting, o eterno rival, foi tão longe (apenas uma vitória). O Marítimo, com dois triunfos, é a outra excepção a par de FC Porto, Sp. Braga e Vitória de Guimarães, que por outro lado ainda tem objectivos a alcançar neste campeonato.

A quatro pontos dos bracarenses – que nesta jornada se deslocam a Alvalade -, não é missão impossível para a equipa de Rui Vitória detroná-los do quarto lugar. O treinador que está entre os preferidos de Luís Filipe Vieira para render Jorge Jesus se este decidir fechar o ciclo tem o apuramento para a Liga Europa garantido, mas ultrapassar os rivais do Minho facilitaria o caminho para a fase de grupos da segunda competição da UEFA: em vez de duas pré-eliminatórias jogaria apenas uma.

Não é caso para festejos antecipados por parte do Benfica, mas voltar a ser campeão duas vezes consecutivas, como não acontece desde os anos 80, seria o desfecho natural de uma campanha feita quase sempre no topo da classificação.

Isolados desde a 5.ª jornada

Julen Lopetegui começou cedo a desvalorizar a liderança do adversário directo, por várias vezes remeteu a importância do assunto mais para a frente e, mesmo após o recente empate na Luz – comprometedor para as aspirações do FC Porto -, o treinador espanhol não desarmou: «Eles pensam que o empate lhes serve e veremos se é assim».

O facto é que, desde que se isolou no comando à quinta jornada, quando os 'dragões' não foram além de um empate sem golos na recepção ao Boavista, a equipa da Luz não mais largou a dianteira. E antes só não havia integrado o pelotão da frente após o 1-1 caseiro com o Sporting, na terceira ronda. Também empatou na segunda volta em Alvalade (1-1) e, contra o FC Porto, arrancou três pontos no Dragão (2-0) e segurou um na Luz (0-0), fechando a temporada invicta nos clássicos.  

Falta a estocada final, que o Benfica falhou em anos recentes, mas nunca num quadro tão vantajoso. O 34.º título está à vista e, se for confirmado em Guimarães, será a oitava festa de campeão acima do Douro para o clube encarnado. Não deixa de ser curioso que, excluindo as 19 vezes que celebrou em Lisboa, passará a ter mais foguetes lançados a Norte do que a Sul do rio que desagua no Porto.

rui.antunes@sol.pt