Salvaterra: PJ não descarta possibilidade de cúmplices na morte de Filipe

A possibilidade de Daniel Neves, de 17 anos, ter tido cúmplices no homicídio de Filipe Costa ainda está em cima da mesa.

Em causa está o facto de a vítima ter sido assassinada num apartamento no quarto andar, mas o corpo ter sido descoberto no piso de cima, numa arrecadação. Uma vez que Daniel é mais baixo e mais leve do que Filipe, este teria tido dificuldades em movimentar o corpo. Daí a PJ não descartar a possibilidade de ter tido ajuda.

Segundo fonte policial ao Expresso, os inspectores vão continuar com a investigação do homicídio, apesar de Daniel ter confessado o crime.

“O caso está longe de estar fechado”, afirmou fonte da PJ. “Há muita gente ainda para ouvir e vai ser preciso cruzar os resultados de todas as perícias, que ainda não temos connosco e que são importantes para entender o que de facto aconteceu. As coisas podem não ser tão simples como parecem.”

Na semana passada, a melhor amiga de Daniel Neves disse ao semanário que o adolescente recebeu uma mensagem de Filipe Costa, horas antes do homicídio.

Carla, que foi interrogada pela PJ no início da semana, que  contou que estava com Daniel, no dia 11 de Maio, quando este recebeu uma mensagem escrita da vítima. “Estou com um stresse. Aparece no spot às oito. Não te atrases, por favor”, recorda a jovem.

O spot a que Filipe, de 14 anos, se referia era a casa onde se deu o crime. Um apartamento onde Daniel tinha vivido com a mãe anos antes, mas que actualmente está desocupado, sem água e electricidade. Era onde o suspeito do homicídio se encontrava com os amigos.

Daniel Neves foi detido na passada quinta-feira pelo homicídio e confessou o crime à polícia. Porém, essa confissão não poderá ser usada como elemento de prova de acusação, uma vez que o adolescente se manteve em silêncio quando foi interrogado, no Tribunal de Santarém, por um juiz e pelo Ministério Público.

Actualmente, Daniel encontra-se detido no Estabelecimento Prisional de Leiria, a aguardar julgamento.