Wikileaks. NSA fez espionagem económica em França

A Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em Inglês) escutou dois ministros da Economia franceses sucessivos e praticou espionagem económica em França, indicam vários documentos obtidos pelo Wikileaks e revelados na noite de segunda-feira.

Wikileaks. NSA fez espionagem económica em França

A informação foi divulgada pelos jornais Libération e Médiapart.

"Várias personalidades políticas e altos funcionários franceses foram escutados nos últimos anos", garantem os dois meios, mencionando o atual comissário europeu Pierre Moscovici, ministr da Economia do Presidente François Hollande, de maio de 2012 a agosto de 2014, e François Baroin, ministro do Orçamento e depois da Economia do ex-Presidente Nicolas Sarkozy, de março de 2010 a maio de 2012.

A lista de personalidades escutadas pela NSA em França inclui também os últimos três Presidentes – François Hollande, Nicolas Sarkozy e Jacques Chirac –, segundo as regelações da Wikileaks que estes mesmos meios tinham revelado na quarta-feira. 

A Médiapart assegura que a NSA realizou "uma espionagem económica massiva da França" e cita cinco documentos com sínteses de conversas telefónicas intercetadas, que foram divulgadas pela Wikileaks.

Este sítio informativo na internet questiona alguns "contratos comerciais perdidos por empresas francesas", sem poder fazer "uma ligação objetiva" entre uma potencial escuta e a celebração do contrato, "uma vez que nenhum nome de empresa é citado nos documentos". 

O Libération especificou que a NSA tinha identificado "uma centena de empresas hexagonais (francesas), entre as quais a quase totalidade das cotadas no CAC40", o índice da bolsa de Paris equivalente ao PSI20 de Lisboa. 

Segundo os documentos reproduzidos, o objeto desta espionagem era o de "identificar as propostas de contrato francesas ou estudos de viabilidade e negociações iminentes sobre vendas ou investimentos internacionais, em projetos de envergadura ou sistemas de interesse significativo para o país estrangeiro". 

O Libération destacou mesmo que "nunca como agora a prova de uma espionagem económica massiva da França, orquestrada ao mais alto nível do Estado norte-americano, tinha sido estabelecida". 

Lusa/SOL