Cova da Moura. Três agentes da PSP suspensos durante três meses

A ministra da Administração Interna instaurou processo disciplinar contra nove elementos da PSP que estiveram envolvidos nos incidentes ocorridos no bairro da Cova da Moura, na Amadora, e na esquadra de Alfragide, em Fevereiro deste ano. 

Três destes polícias vão ser suspensos preventivamente durante 90 dias, como medida cautelar.

Na sequência do relatório final produzido pela Inspecção-geral da Administração Interna – entidade a quem foi dado um prazo de 45 dias úteis para a investigação – Anabela Rodrigues determinou ainda que sejam identificados outros agentes envolvidos no caso e mandou arquivar os autos em relação a cinco outros agentes sobre quem recaíam suspeitas iniciais.

O gabinete da ministra não esclareceu, contudo, que infracções disciplinares estão em causa.

Recorde-se que, no dia 5 de Fevereiro deste ano, vários agentes da PSP envolveram-se em confrontos com moradores do bairro depois de um jovem de 24 anos ter sido agredido e algemado por alegadamente ter apedrejado uma carrinha policial. Indignados com a atitude violenta e desproporcional dos agentes, alguns moradores terão protestado quando, a dada altura, os agentes começaram a disparar tiros de shotgun, dois dos quais atingiram uma mulher que estendia roupa à janela e que sofreu ferimentos na coxa e no peito.

Mais tarde, cinco jovens, alguns dos quais dirigentes associativos do bairro, dirigiram-seà esquadra de Alfragide para saber o que iria acontecer ao que fora detido momentos antes. Mas a violência prosseguiu: logo à entrada, um dos agentes disparou dois tiros de shotgun que causaram ferimentos na perna de um dos jovens que se queixam de ter sido violentamente agredidos lá dentro, apesar de nenhum estar armado. Hematomas, escoriações e dentes partidos foram as marcas visíveis do que aconteceu naquela tarde e pelo menos um teve de ser assistido no hospital.

A PSP alegou na altura que estaria em causa uma tentativa de invasão da esquadra e deteve os jovens por resistência e coacção sobre funcionário.