Bancos não chegam a acordo para salvar empresa do Estado e de Amorim

A Finpro, sociedade controlada pelo Estado, Banif e Américo Amorim, não conseguiu chegar a um acordo com os credores para pagar as suas dívidas e recuperar a empresa. Com o fim da revitalização, a empresa entra em insolvência.

A Finpro tem dívidas de quase 252 milhões de euros. Além da Caixa Geral de Depósitos (CGD), a lista de credores conta com o Millennium bcp, o Santander Totta, o Banif, a Caixa de Crédito Agrícola e o Banco BIC Português.

O banco público, terceiro maior acionista da empresa, detém mais de metade da dívida. A CGD corre o risco de perder 137 milhões de euros.

A sociedade, com forte participação nos resíduos e águas de Londres, está também em incumprimento com o Estado. Deve à Autoridade Tributária quase 2 milhões de euros em impostos. No entanto, o pagamento desta dívida encontra-se condicionada ao resultado das impugnações apresentadas pela Finpro.

O SOL sabe que o Santander Totta e o Banco BIC Português se colocaram “à margem” do processo de negociação dos credores com a devedora.

Por sua vez, a CGD, o BCP e o Crédito Agrícola manifestaram-se contra a solução que estava a ser desenhada para revitalizar a Finpro. Assim, os votos favoráveis do Estado e do Banif foram insuficientes para chegar a um acordo.

A própria Finpro também assume ser incapaz de cumprir as suas obrigações financeiras.

De acordo com a informação hoje publicada no Citius, o “despacho de encerramento por falta de aprovação de plano de recuperação” entre a devedora – Finpro – e os credores foi proferido na Comarca de Lisboa no passado dia 31 de Julho.

A sociedade falha assim o segundo Processo Especial de Revitalização (PER), lançado no início deste ano, depois de já não ter conseguido cumprir o primeiro plano que chegou a ser aprovado e homologado.

Em Julho deste ano, Pedro Pidwell, administrador Judicial Provisório, solicitou a prorrogação do prazo para as negociações com os credores por mais um mês. O prazo esgotou-se sem um entendimento entre os credores para que avançasse a revitalização da empresa.

Com os prazos legais e as férias judiciais, a sentença de declaração de insolvência da Finpro poderá derrapar para Setembro.

A insolvência pressupõe a liquidação do património da Finpro e a repartição do produto obtido pelos credores.

CGD em risco de perder quase 137 milhões

A Finpro não conseguiu cumprir os seus compromissos financeiros com a CGD, BCP, Santander, Crédito Agrícola, Banif e a Fazenda nacional.

A empresa deve cerca de 234 milhões de euros, a que acrescem juros de quase 17,5 milhões de euros. No total, o valor em dívida ronda os 252 milhões de euros.

A Caixa Geral de Depósitos, terceira maior accionista (17,2%) da Finpro, é detentora de mais de metade das dívidas da sociedade. O banco público reclama quase 137 milhões de euros relativos a um contrato de abertura de crédito em conta-corrente e a um contrato de emissão de papel comercial multidivisas.

A Finpro deve ainda 48,7 milhões de euros ao Millennium bcp, mais 13,4 milhões de euros ao Santander Totta, cerca de 9,6 milhões ao Banco BIC Português, mais 6,6 milhões à Caixa Central de Crédito Agrícola e 4,5 milhões de euros ao Banif.

A sociedade está ainda em incumprimento com o Estado. Deve à Autoridade Tributária quase 2 milhões de euros em impostos. No entanto, este crédito encontra-se condicionado ao resultado das impugnações apresentadas pela Finpro.