Fundação Espírito Santo procura personalidade para presidir ao Grupo de Amigos

A aposta no futuro da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva (FRESS) passa por um maior envolvimento da sociedade civil. 

Com o objectivo de captar mais e diversificados apoios financeiros, a Fundação está a trabalhar em várias frentes, como o reforço do Grupo de Amigos. O plano de actividades da Fundação para 2015 revela que a Fundação procura uma personalidade para assumir a liderança do Grupo.

O Grupo de Amigos é considerado um dos “melhores instrumentos para captação de donativos”. Por isso, “os órgãos sociais da FRESS estão à procura de uma personalidade que tenha o perfil indicado para assumir a função de Presidente desse grupo e ajudar na angariação de amigos”, lê-se no plano.

O ano de 2015 corresponde a uma “nova fase” na vida da FRESS, que deixou de contar com os seus principais mecenas na sequência do colapso do Grupo Espírito Santo (GES) em 2014.

Perante a insustentabilidade do anterior modelo de financiamento, a conselho de administração da Fundação, liderado por Conceição Amaral, está a desenhar uma nova estratégia de sustentabilidade.

A FRESS pretende, por exemplo, “obter novos apoios mecenáticos, quer de empresas quer de particulares, em permanente articulação com o Conselho de Curadores, numa tentativa de estabilizar algum financiamento por esta via”, acrescenta o plano de actividades da FRESS. O Jornal Público noticiou recentemente que a Câmara de Lisboa decidiu apoiar a Fundação com 150 mil euros.

Entre outros aspectos, a Fundação está também a trabalhar “na expansão, diversificação e inovação das fontes de receitas próprias, assegurando simultaneamente a sua prioritária e decisiva missão cultura”.

Para os responsáveis da FRESS, “a resposta às emergências de tesouraria condiciona o regular desenvolvimento de actividades e motiva algumas iniciativas destinadas prioritariamente a responder à dramática situação financeira com que se iniciou o ano”.

O objectivo da Fundação é desenvolver uma “estratégia comercial razoavelmente agressiva, procurando ancorar-se em alguns projectos de considerável dimensão, mas tentando também captar novos clientes de todas as dimensões, incluindo o retomar de contactos com potenciais clientes que, por diversas razões, não chegaram a confirmar encomendas ou deixaram de recorrer aos fornecimentos e à conservação e restauro da FRESS”.

Esta nova estratégia comercial implica o “redireccionamento da produção em diversas oficinas, por forma a garantir prazos e racionalização de procedimentos e custos, que permitam consolidar a produção de manufactura de obra nova que é, seguramente, um dos eixos de sustentabilidade para o futuro”.

O plano de actividades é abrangente e engloba medidas destinadas ao Museu de Artes Decorativas Portuguesas, Escolas, Oficinas e Departamento de Conservação e Restauro.

A FRESS define ainda vários projectos especiais, bem como as linhas orientadas para a comunicação do trabalho desenvolvido pela Fundação e para a sua internacionalização. “Há igualmente desde já um grande esforço a iniciar para assegurar que a FRESS não só consolide a sua imagem de excelência no mercado, como se expande nacional e internacionalmente”.

A Fundação foi criada em 1953 quando Ricardo do Espírito Santo Silva, avô do ex-banqueiro Ricardo Salgado, doou o Palácio Azurara e parte da sua colecção privada ao Estado português.

Apesar dos constrangimentos financeiros, os departamentos da Fundação – museu, escolas, oficinas e os departamentos de conservação e restauro – continuam em funcionamento e não foram dispensados colaboradores.