Conheço quem continue a amar as voltas de homens em cima de bicicletas, que veja as imagens com um entusiasmo sem desgaste ou capitulação, digo-lhes que é amor. É como quando conhecemos alguém. Quando acontece, quando lhe dizemos quem somos, quando ouvimos o que no outro é importante, quando jantamos à luz de velas, lhe falamos de desejo, quando escondemos mostrando, quando nos habituamos, é agradável mas um disco riscado. Sentimo-nos a repetir o que antes já tínhamos dito, pensado, escondido, mostrado. O jogo de sedução é um vício de que nos cansamos… se não gostarmos realmente. Mas se amarmos, o que antes era repetição transforma-se numa canção nunca composta.
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