Eu vi um sapo, outra vez

Primeiro, foi a notícia do divórcio, o fim de uma união com quase quatro décadas entre Cocas e Miss Piggy, para surpresa da cultura popular, que jamais pensou que não celebrassem as bodas de ouro. Mais tarde, a confirmação de que o ex-casal ia trabalhar junto, o que poderá não ser o melhor medicamento para…

Este domingo, cinco dias depois da estreia nos EUA, as personagens criadas por Jim Henson (1936-1990) desfilam pelo canal TV Séries, agora num formato que encontra boa parte da inspiração na saga O Escritório, com pequenas entrevistas pelo meio, e referências contemporâneas como as redes sociais. O estilo mock-documentary, ou mockumentary, sobrepõe-se assim ao espetáculo de variedades.

O enredo está ancorado num talk show em horário late night conduzido por Miss Piggy, ‘Up Late with Miss Piggy’. Kermit, ou Cocas, é o produtor executivo de serviço, numa leva de episódios que, a julgar pela produtora ABC, será uma versão mais adulta d’Os Marretas, dirigida a ‘crianças’ de todas as faixas etárias, a começar possivelmente pelos outrora miúdos, hoje graúdos, e no papel de pais. A ele juntam-se históricos como Gonzo ou Fozzie.

Se o filme de 2011 não encheu as medidas, a verdade é que as expetativas sobre a nova série, elevadas, poderão não ser totalmente satisfeitas ou, pelo contrário, serem até superadas. Em todo o caso, é preferível fintar as opiniões dos críticos norte-americanos sobre o episódio piloto e partir para o visionamento sem ideias feitas.

Bill Prady, o mesmo de A Teoria do Big Bang, que deu os primeiros passos da sua carreira em Os Marretas; e Bob Kushell, guionista de séries como Os Simpsons e Terceiro Calhau a Contar do Sol, lideram a produção e escrita do programa, respetivamente, enquanto as gravações decorrem nos estúdios da Disney, em Los Angeles. 

Steve Whitmire, (a fazer de Cocas),  Eric Jacobson, Dave Goelz, Bill Barretta, David Rudman, e Matt Vogel são as vozes responsáveis por dar vida ao elenco de bonecos, lançado em 1976, e com presença no ecrã até 1981. Corria a década de 90 quando as doses de paródia e de absurdo, além dos convidados de carne e osso a cada programa, ensaiaram nova aparição nas televisões, desta feita sem a expressão de outros tempos. Mas poucos ou nenhuns terão esquecido as aventuras, que incluiam cientistas, zeladores, cozinheiros suecos, ursos aprendizes de comediantes, monstros comilões, casais de cantores e, claro, a dupla Statler e Waldorf, os velhotes mais famosos do universo da animação.

maria.r.silva@sol.pt