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Quando ter um blogue ou um canal no YouTube se torna profissão

 A criação do seu primeiro blogue mudou a vida a Daniela Gandra, que nunca imaginou que uma decisão tomada aos 15 anos fosse ter um impacto tão grande no seu futuro profissional.

 

Quando ter um blogue ou um canal no YouTube se torna profissão

Os potenciais visitantes do blogue de Daniela, o 'Ballerina Bird' (http://www.ballerinabird.com/), são aos milhões em todo o mundo, mas também há muitos em Portugal -- 1,8 milhões de portugueses consulta blogues, segundo o Bareme Internet de 2015, da Marktest. 

O fenómeno dos blogues atingiu tais proporções que, em casos como o de Daniela, o que começou como uma ocupação dos tempos livres acabou em profissão, onde partilha com os internautas três paixões: escrita, moda e fotografia.

Aconteceu o mesmo com o 'Its Rapha BlueBerry' (https://www.youtube.com/user/ItsRaphaBlueBerry), que surgiu da necessidade de ocupar os tempos livres de Raphael Gomes, ou ainda do 'Dana Pipa' (https://www.youtube.com/user/DanaPipa), onde Daniela Filipa expressa a paixão pelo entretenimento. 

Daniela Gandra disse à Lusa que determinadas marcas lhe pagam "para escrever uma publicação sobre elas".

"As marcas enviam produtos gratuitamente e, se eu gostar, falo sobre eles e partilho com os meus seguidores", explicou Daniela Gandra, acrescentando que, nesta fase, já recebe diariamente e-mails de marcas que querem colaborar com o seu blogue.

Apesar de apelativa, esta nem sempre é uma profissão fácil, admitiu, pois "exige muito trabalho e dedicação e, à medida que o número de seguidores aumenta, a responsabilidade cresce".

O percurso de Raphael também começou incerto, mas já ganhou uma dimensão superior. 

"Percebi isso quando me juntei ao meu 'network' [rede de contactos] e comecei a ver que existiam várias marcas que queriam trabalhar comigo. Quando eu publico um vídeo, sou pago pelos anúncios que passam antes ou ao lado. Outra forma como recebo é através de vídeos a promover marcas e eventos", afirmou à Lusa Raphael. Quanto ganha? Não diz.

Mas vive deste negócio, em Londres, e já tem novos projetos para expandir a atividade, como um livro de culinária, que promove numa parte do seu canal destinada à gastronomia, ou uma recente campanha que está a desenvolver para a sucursal inglesa de uma cadeia norte-americana de 'fast food'.  

Também a 'youtuber' Daniela Filipa é paga por cada visualização. 

"Todos os meses se recebe uma espécie da 'payslip' [folha de vencimento] com todos os valores, quando se chega aos 50 dólares (cerca de 44 euros), é dada a possibilidade de passar essa quantia para uma conta 'Paypal' e depois para a conta bancária".

A 'youtuber' admitiu que as coisas mudaram com as marcas, que viram nos blogues e canais uma possibilidade de se promoverem de uma forma mais rápida e mais direta ao consumidor.

"A não ser que se tenha uma grande quantidade de visualizações, não se poderia viver das mesmas. A forma de ganhar dinheiro são as parcerias com as marcas. Fazer publicidade a um produto ou cobrir um evento. A partir daí, diria que as oportunidades são infinitas", afirmou Daniela Filipa.

Os 'youtubers' e 'bloggers', como são apelidados, tentam atualizar as suas plataformas o mais frequentemente possível, diariamente em muitos dos casos, "o que não é fácil", pois, no caso do Raphael, demora entre um e dois dias para terminar a edição de um vídeo, que pode levar até uma tarde a ser filmado.

Todos concordam que o segredo do sucesso é a personalidade de quem cria canal ou o blogue, pois é assim que chegam a um número maior de seguidores e se tornam mais influentes.

Ainda incrédulos com as percussões que o fenómeno alcançou, pretendem agora "ter esta profissão por muitos anos".

Lusa/SOL

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