Editora da GQ quer nova revista da Condé Nast

  

Ao terceiro número da segunda temporada, a GQ tornou-se um fenómeno viral. Com uma “capa pop”, como a define o diretor, José Santana, a fotografia do Homem do Ano no desporto, Jorge Jesus, teve um milhão de visualizações no site desta revista masculina e deu azo a réplicas e paródias nas redes sociais e nos jornais.

“A capa não deixou ninguém indiferente e acho que as revistas devem fazer isso: surpreender”. A imagem do treinador do Sporting – com um novo corte de cabelo a que se sujeitou de livre vontade – deixa margem para múltiplas interpretações. “Há quem veja um lado de Napoleão, por causa do cabelo, e quem o associe à rebeldia do Grande Lebowski, por causa do título, ‘Nobody F*cks with Jesus’”, diz José Santana.

A capa surgiu por causa do concurso Homem do Ano, um evento que “é muito importante para a marca a nível internacional”, e que se realizou pela terceira vez em Portugal. Além de Jesus, no GQ Men of The Year Awards foram vencedores Jorge Sampaio, na categoria Direitos Humanos, Nelson Évora, como Herói Nacional, e mais outros 11 premiados.

A vida depois da Cofina

A nova GQ surgiu nas bancas em setembro, depois de a Cofina (grupo do Correio da Manhã) ter fechado o título em 2014. Propriedade da poderosa Condé Nast – o maior grupo de revistas de luxo e lifestyle do mundo, que detém a Vogue e a Vanity Fair, mas também a Wired – foi reaberta numa nova editora, a Light House, criada especificamente para editar este título dedicado ao universo masculino.

José Santana era há três anos diretor da GQ, editada pela Cofina, e tinha sido editor de arte da GQ e da Vogue. “Foi a própria Condé Nast que entendeu que o título devia continuar, até porque gostavam muito da versão portuguesa”, explica José Santana. “Sugeriram-me que criássemos uma empresa e apresentássemos um business plan”. Entretanto, Sofia Lucas, ex-diretora da Máxima, também saiu do grupo Cofina e com o fotógrafo Branislav Simoncík e o stylist Jan Králícek  – “com os quais já trabalhávamos há muito tempo” – criaram a Light House Editora.

“O capital é nosso”, diz Sofia Lucas, administradora e responsável pelos novos projetos. Um desses novos projetos será “o de publicar uma revista feminina da Condé Nast, provavelmente em 2016”. As negociações estão em curso: “Ainda não podemos divulgar qual será o título”. Mas já uma certeza: “não será a Vogue, que continua no grupo Cofina”. 

“Neste momento, estamos a consolidar o trabalho, porque criámos uma estrutura de raiz”, diz Sofia Lucas, que considera que os resultados dos primeiros números da GQ são auspiciosos para a empresa: “Queremos crescer. Apesar de editarmos revistas aspiracionais, temos que ter os pés assentes na terra”.

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