com os preços desta bebida a atingirem, em algumas cafetarias e restaurantes, 80 e 90 cêntimos, o mercado nacional de café tem vindo a registar uma quebra acentuada. e a crise do café é geral e não afecta apenas a restauração. no total, incluindo também as vendas nos supermercados, por exemplo, o sector tem registado quebras desde 2009, quando o consumo diminuiu 9%. desde o início deste ano, as vendas caíram entre 5% e 10%, segundo a associação industrial e comercial do café, mesmo apesar de muitos estabelecimentos comerciais terem optado por não repercutir o aumento do iva no consumidor.
preços disparam
o sector da restauração alerta também que as perdas não são só na venda do café. o consumo desta bebida – a segunda mais ingerida em todo o mundo, a seguir à água – acarreta muitas vezes a compra de um bolo, por exemplo, como acompanhamento.
e as previsões para o resto do ano não são positivas. segundo dados da nielsen, estima-se que as vendas de café em portugal diminuam em 218 mil quilos, para um total de 24 milhões de quilos.
a subida constante nos preços do café nos mercados internacionais, enquanto commodity, tem sido outra dor de cabeça do sector. nos últimos seis meses, o preço desta matéria-prima – a segunda mais transaccionada no mundo, logo a seguir ao petróleo – subiu 9,84%.
nem as cápsulas escapam
o aumento do iva não afectou só a restauração. também a distribuição foi afectada, tendo repercussões no mercado das cápsulas de café. rui miguel nabeiro, administrador da delta cafés, líder no mercado total de cafés com uma quota de 33%, admite que a subida do iva teve impacto na actividade da empresa. «somos penalizados duas vezes: não só no consumo fora de casa como também no consumo em casa», adiantou ao sol. contudo, o consumo doméstico tem resistido melhor, tendo crescido 8%.
o gestor acredita que «o mercado de café em portugal é estável, cabendo às empresas adaptarem a sua oferta às novas exigências e necessidades dos consumidores».