Acesso de Carvalhão Gil a rede cifrada poderia dar o ouro aos russos

Dados importantes sobre contraespionagem trocados entre países da NATO, através de rede cifrada, circulam diretamente entre o centro de comunicações e o departamento de contraespionagem do SIS. Carvalhão Gil não tinha acesso a estas informações que, se fossem vendidas, comprometiam a segurança de Portugal e dos outros Estados.

Um dos detalhes que mais tem dificultado o trabalho dos investigadores da Operação Top Secret é os documentos da NATO apreendidos em Roma estarem classificados como “secretos”. Nem procuradores nem inspetores da Polícia Judiciária podem ter acesso a estes dados caso não haja um levantamento do segredo. Em traços gerais, as autoridades têm conhecimento de que se trata de relatórios mais analíticos que a NATO produz com alguma regularidade e que, especificamente neste caso, se debruçam sobre problemas energéticos.

Segundo o i apurou, dentro do envelope que foi selado quando Carvalhão Gil e o espião russo foram detidos, numa esplanada de Trastevere, não constam documentos que comprometam de forma muito grave a segurança de Portugal nem a dos parceiros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

De acordo com fontes ligadas aos serviços secretos, os danos seriam muito graves caso Frederico Carvalhão Gil tivesse, internamente, acesso à “rede cifrada” que liga todos os países da NATO e que “se dedica a pôr em contacto todos os serviços de informação para troca de informações de cariz operacional sobre a atividade de espiões que atuam contra a NATO” – ou seja, explicam, sobretudo Rússia, China e, “eventualmente, a Sérvia”.

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