Só os fortes indícios de crime permitiram ao governo agir

Tendo em conta o que já apurou na investigação, o MP diz ser essencial que os irmãos iraquianos passem a arguidos

Os investigadores consideram essencial interrogar na qualidade de arguidos os dois filhos do embaixador do Iraque em Lisboa. Após uma semana de diligências, as autoridades acreditam que ambos agrediram com muita violência Rúben Cavaco, de 15 anos, em Ponte de Sor – ainda internado no Hospital de Santa Maria.

O inquérito corre em segredo de Justiça e não se sabe se as lesões foram provocadas apenas por murros e pontapés ou se também houve atropelamento, mas uma coisa é já certa: existem fortes suspeitas de que foram feitas premeditadamente e com intenção de matar. Isto porque, de acordo com uma nota oficial da PGR, os dois jovens são suspeitos do “crime de homicídio na forma tentada”, ou seja, de tentativa de homicídio.

“Essencial” para o inquérito Foi na sequência das conclusões da investigação que o Ministério Público “suscitou [na quarta-feira] ao Ministério dos Negócios Estrangeiros a ponderação de intervenção no âmbito diplomático, ao abrigo da Convenção de Viena Sobre Relações Diplomáticas, no sentido de saber se o Estado Iraquiano pretende renunciar expressamente a imunidade diplomática de que beneficiam os dois suspeitos, filhos do Embaixador do Iraque em Lisboa”.

Ainda segundo a Procuradoria-Geral da República, “face aos elementos de prova já recolhidos, na sequência de diligencias de investigação efetuadas, considera-se essencial para o esclarecimento dos factos ouvir, em interrogatório e enquanto arguidos, os dois suspeitos, que detêm imunidade diplomática”.

A necessidade de ouvir Ridha Ali e Haider surge depois de terem sido ouvidos vários jovens que estiveram no Koppus Bar, em Ponte de Sor, e de questionadas algumas testemunhas dos acontecimentos da noite de há uma semana.