Portugal Masters. Uma década sempre a crescer

Numa altura em que o Portugal Masters se prepara para celebrar o seu 10º aniversário no final deste mês, é chegado o momento perfeito para refletirmos sobre alguns dos instantes memoráveis de um torneio que nasceu em 2007, no seguimento da Taça do Mundo de Golfe/World Golf Championships, e que, desde então, se fixou como…

Depois do sucesso da Taça do Mundo de 2005, ganha pela dupla galesa de Bradley Dredge e Stephen Dodd, no Oceânico Victoria Golf Course (na altura ainda apelidado de Victoria Golf Club), o Turismo de Portugal e o European Tour manifestaram o desejo de dar continuidade a esse legado e agendar e fixar no Algarve um torneio de golfe profissional de topo.

Andre Jordan, o empresário nascido na Polónia, crescido no Brasil e radicado em Portugal desde 1971, criador do agora famoso resort da Quinta do Lago, também desempenhou um papel significativo para que este sonho pudesse tornar-se realidade.

Em 1995, o Grupo Andre Jordan adquiriu em Vilamoura quatro campos reconhecidos mundialmente, um casino, vários hotéis de cinco estrelas e em 2004 construiu o quinto campo de Vilamoura.. Doze anos mais tarde, o Victoria Course – a joia da coroa – acolheu a edição inaugural do Portugal Masters.

«Depois de uma atividade intensa na construção de campos de golfe e na organização de ventos em Portugal desde 1972, incluindo a World Cup of Golf de 2005, em colaboração com o European Tour, foi uma enorme honra ser o anfitrião do Portugal Masters no nosso Victoria Course em Vilamoura, uma das muitas joias concebidas por Arnold Palmer», disse Andre Jordan.

«Estou muito feliz por constatar que o Portugal Masters celebra o seu décimo aniversário este ano, tendo-se estabelecido como um dos principais eventos no calendário do European Tour. O Turismo de Portugal também está de parabéns pelo apoio que tem prestado ao desenvolvimento do golfe em Portugal», acrescentou.

A edição inaugural foi ganha pelo inglês Steve Webster, que dedicou o seu segundo título do European Tour à sua mãe, Valerie, falecida cinco meses antes.

«Estava a ser uma época muito dura para mim até àquele momento e tinha acabado de perder a minha mãe. Por isso, fui para o torneio sem grandes expectativas, mas algo fez um clique e joguei muito bem toda a semana. Foi, obviamente, um momento emotivo, de sentimentos ambivalentes, mas agora, quando recordo essa semana, fico sempre com um sorriso na cara», lembrou Webster.

Pouco depois da vitória de Steve Webster, o Grupo Oceânico completou a aquisição do Victoria Course e dos outros quatro campos de Vilamoura, aumentando significativamente um portfolio que já incluía o Amendoeira Golf Resort, um complexo situado em Silves, com dois percursos de golfe de nível para campeonatos.

Por consequência, o Grupo Oceânico tomou conta do acordo firmado primeiramente por Andre Jordan para receber o torneio. E desde a edição de 2008 do Portugal Masters, até ao falecimento de Chris Stilwell, em outubro de 2015, o CEO da Oceânico Golf foi uma força motriz do desenvolvimento do torneio.

Peter Adams, o Diretor de Campeonato do Portugal Masters, declarou: «O Chris estará ligado intrinsecamente para sempre ao Portugal Masters. O seu pai, John, fundou o Penina, o primeiro campo de golfe do Algarve. Ele fez parte dessa grande dinastia do golfe e o seu falecimento deixou um enorme vazio no setor do turismo de golfe na região. O legado do Chris sobrevive no Portugal Masters e temos uma enorme dívida para com ele, pela contribuição que prestou ao torneio e pelo desenvolvimento do golfe no Algarve».

Luís Correia da Silva, CEO da Oceânico Golf, um parceiro a longo prazo do Portugal Masters sublinhou: «Ao chegarmos à décima edição do Portugal Masters, é adequado que procedamos a uma reflexão do modo como o torneio se credibilizou como um dos eventos mais prestigiados do calendário do European Tour».

«Temos, igualmente, um enorme orgulho no papel do Victoria Course, o primeiro percurso “de assinatura” de Arnold Palmer na Europa Continental. Um palco que tem providenciado um local de nível mundial a alguns dos jogadores do topo, ao mesmo tempo que abre uma janela para “vender” o Algarve e ajudar a cimentar a posição de Portugal como um dos destinos líder do turismo de golfe», acrescentou o antigo secretário de Estado do Turismo.

«Gostaríamos, ainda, de homenagear o saudoso Arnold Palmer. O Sr. Palmer foi um dos maiores embaixadores da modalidade, um desenhador incrível de campos, um verdadeiro senhor e um amigo que nunca esqueceremos», continuou o dirigente da Oceânico Golf.

«Finalmente, gostaríamos de prestar o devido tributo ao grande embaixador do golfe no Algarve, Christopher Stilwell. Trabalhei com ele vários anos, incluindo nas nove edições anteriores do Portugal Masters. O Oceânico Golf Team irá sentir saudades do Christopher, mas irá manter orgulhosamente bem vivo o seu legado e será a inspiração que irá fazer deste o maior e o melhor Portugal Masters de sempre», concluiu Luís Correia da Silva.

Para além do Grupo Oceânico, o Turismo de Portugal revelou-se fundamental no crescimento notável do torneio, graças ao seu apoio e patrocínio.

Frederico Costa, um grande entusiasta do torneio, tornou-se presidente do Turismo de Portugal durante parte da história do Portugal Masters, nos seus anos de formação, antes de ser rendido no cargo em dezembro de 2013 por João Cotrim de Figueiredo que, entretanto, cedeu o posto a Luís Araújo.

«O Turismo de Portugal tem desempenhado um papel central no desenvolvimento do Portugal Masters, desde o seu nascimento em 2007. Não é um exagero atestar que sem o seu apoio inigualável nos últimos nove anos, o torneio não poderia simplesmente ter existido. Devemos agradecer ao Frederico, ao João e ao Luís pelo seu compromisso e pela sua valiosa crença no evento», frisou Peter Adams.

Outro suporte crucial do torneio tem sido o conhecimento e a cooperação da Federação Portuguesa de Golfe.

Manuel Agrellos, o presidente da FPG, considera que «tem sido um enorme prazer assistir à consolidação do Portugal Masters como uma das etapas do European Tour. É uma oportunidade de ouro para os golfistas portugueses observarem os melhores jogadores do Mundo, num dos melhores campos de golfe do nosso país».

«Tanto o Miguel Franco de Sousa como eu temos trabalhado proximamente com todas as entidades envolvidas no Portugal Masters – o Turismo de Portugal, a Oceânico Golf, o European Tour e outros parceiros –, que tanto têm contribuído para o seu crescimento. Acreditamos que, no futuro, o Portugal Masters irá continuar a crescer», reforçou Manuel Agrellos.

Entre outras personalidades que contribuíram decisivamente, sobretudo nos bastidores, deparamos com Steve Richardson e Rui Grave. As suas equipas de agrónomos extremamente dedicados são responsáveis pela manutenção das condições imaculadas do Oceânico Victoria Golf Course, sistematicamente elogiadas pelos profissionais, um fator que tem levado a que queiram regressar todos os anos.

À semelhança de Richardson e Grave, há um total de oito jogadores que testemunharam a evolução do Portugal Masters desde 2007, competindo em todas as nove edições anteriores: Álvaro Quirós, Damien McGrane, Robert Rock, Anthony Wall, Soren Kjeldsen, Graeme Storm, Raphael Jacquelin e Marcel Siem.

Depois de vencer o torneio em 2008, Quirós gravou o seu amor pelo local, transformando Vilamoura na sua casa. O espanhol, capaz de longas distâncias do tee, é um dos raros a conseguir colocar a bola no green em duas pancadas no buraco 17 de 539 metros e ainda hoje está ligado ao Oceânico Victoria.

Outro jogador que apreciou um sucesso significativo no Portugal Masters foi Lee Westwood, cuja vitória em 2009 funcionou como rampa de lançamento para o seu regresso ao topo do European Tour. Seis semanas mais tarde, estava a vencer a Corrida para o Dubai, ao ganhar simultaneamente o DP World Tour Championship que encerra a época.

Tendo chegado ao Algarve sem vencer há mais de dois anos, Westwood produziu um instante de magia quando mais necessitou dele, no buraco 17, de Par-5. O seu approach tinha ido parar à esquerda do green, protegido por água por todos os lados, mas Westwood inventou um caminho por cima de uma árvore de romã e colocou a bola no green, convertendo de seguida o putt para birdie, que veio a verificar-se vital no seu triunfo de duas pancadas sobre o italiano Francesco Molinari.

Apesar de até ao momento não ter sido possível coroar um jogador da casa, os portugueses têm logrado alguma dose de sucesso no passado. Filipe Lima foi 21º empatado logo na primeira edição e Ricardo Santos, afiliado do Oceânico Victoria Golf Course, alcançou um top-20 em 2012. Este ano, as principais esperanças portuguesas estão depositadas em Ricardo Melo Gouveia, o atual 93º classificado na Corrida para o Dubai, depois de ter sido o n.º1 do Ranking do Challenge Tour no ano passado.

Andy Sullivan, que no ano passado triunfou com um recorde da prova de nove pancadas de diferença em relação ao 2º classificado, vai regressar para tentar defender o título, poucas semanas depois de ter feito a sua estreia na seleção europeia da Ryder Cup.

O afável inglês deverá ser de novo apoiado no campo pelo autoproclamado “Sulli Army”, uma claque constituída por amigos, familiares e sócios do clube de golfe da sua nativa vila de Nuneaton.

A atitude de permanente boa disposição de Sullivan tem calado fundo junto dos fãs de golfe e encarna na perfeição a essência do Portugal Masters, combinando o sentido único de descontração e diversão, com um nível de golfe de primeira classe.

É mais do que apropriado que as últimas menções sejam para um membro da “família real do golfe”, o gigante e saudoso Arnold Palmer, falecido no dia 25 de setembro, com 87 anos.

O campeão de sete torneios do Grand Slam tinha-nos deixado uma mensagem: «Ao aproximarmo-nos do décimo aniversário do torneio, envio as minhas sinceras felicitações a todos os responsáveis pela organização anual do Portugal Masters. A minha e equipa e eu estamos particularmente orgulhosos do desenho final do campo e de como tem sido favoravelmente acolhido pelos jogadores e dirigentes do European Tour».