Em 2014, uma das maiores prioridades do então Governo era a construção de um terminal de contentores para aumentar a capacidade portuária em Lisboa. Por essa altura, não restavam grandes dúvidas: o Barreiro era o destino e a obra «estaria na condição de ser financiada pelos investidores privados».
O presidente da Câmara do Barreiro chegou a confirmar que a construção do porto era «uma possibilidade forte» e que a autarquia estava «recetiva».
A ideia era que a construção do novo terminal fosse feita em duas fases: numa primeira permitir-se-ia a movimentação de um milhão de contentores por ano e só mais tarde seria feita outra intervenção para alargar a capacidade até dois milhões de contentores anuais.
Entretanto, já este ano, um estudo encomendado pela Associação Comercial do Porto (ACP) a um consórcio de investigadores da Universidade Católica explicava que «o Estado não deve investir num novo porto no Barreiro, mesmo que Lisboa seja desativado». E mais: o estudo defende que investimento virtuoso seria, por exemplo, tentar duplicar a capacidade de Setúbal com um custo reduzido de forma a tentar absorver a atual oferta de Alcântara ou tentar reforçar o Porto de Sines. Em suma, o país não precisa de um novo porto de mar ainda que o de Alcântara fosse encerrado.
Questionado sobre em que ponto se encontra a situação do novo porto de águas do Barreiro, o Ministério do Mar afirma que «o projeto está seguir o seu curso normal, enquadrando-se na tipologia de projetos que são obrigatoriamente sujeitos a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) e objeto de análise em Estudo de Impacte Ambiental (EIA), o qual se encontra a decorrer».