Assaltos a milionários. Gangue está há nove meses em Portugal

Grupo de 60 chilenos suspeito de assaltos a várias casas estava sinalizado desde a primavera. Foram detidos 20 elementos nos últimos seis meses

O gangue de chilenos suspeito da vaga de assaltos a casas de milionários está em Portugal há pelo menos nove meses. Foi pela “primavera que a atividade do grupo começou a intensificar”, revelou ao i fonte da PSP. Só nos últimos seis foram detidos 20 indivíduos do grupo, adiantou a mesma fonte. As detenções aconteceram em “flagrante delito” nas zonas de Leiria, Lisboa, Braga, Porto e Cascais.

No início desta semana, em Cascais, chegou mesmo a haver uma “perseguição de carro e os agentes tiveram de recorrer ao uso de arma de fogo”, contou ao i fonte da PSP.

Os suspeitos que têm estado no país com vistos de turistas. Aos 20 detidos, somaram-se esta semana mais cinco indivíduos detidos pela GNR na zona de Faro.

As autoridades suspeitam neste momento que o grupo terá 60 elementos, todos de nacionalidade chilena. São suspeitos de assaltos cirúrgicos a casas de milionários, de Norte a Sul do país.

As forças policiais acreditam que o grupo terá entrado em Portugal via Espanha e que se terá começado a movimentar pelo país através de células. Segundo o “Jornal de Notícias”, os membros do gangue vivem em casas alugadas, onde guardam bens e dinheiro roubado.

A PSP e a GNR estão juntas numa “task force” havendo ainda “muita matéria em investigação” mas as autoridades avançam que este é um fenómeno com contornos que “fogem à normalidade”.

Em Portugal, o gangue é suspeito dos assaltos à casa do médico Fernando Póvoas, na Maia. São ainda suspeitos do assalto à casa do comendador António Rodrigues, em Oliveira de Azeméis, de onde roubaram dez milhões de euros em joias. O dono da Simoldes é considerado o quinto homem mais rico do país e entre os bens roubados estariam peças com diamantes, relógios e objetos em ouro.

Em Espanha, segundo o “Correio da Manhã”, o gangue estará ainda ligado ao assalto à casa do ex-futebolista Luís Figo, em Madrid, de onde foram roubados meio milhão de euros em relógios e joias.

As últimas detenções foram realizadas durante a madrugada de terça-feira, em Almancil, Loulé, tendo sido detidos cinco suspeitos (quatro com a nacionalidade argentina e um chileno).

Os detidos, com idades entre os 23 e os 41 anos foram ontem ouvidos no Tribunal de Faro.

Segundo o “Jornal de Notícias”, nesta última ocorrência foram apreendidas 70 peças de joalharia, 45 relógios, duas pistolas, cinco telemóveis e outros materiais. Foram também apreendidos três automóveis topo de gama.

O comandante da GNR de Loulé, Paulo Santos, disse ainda, em declarações ao “JN”, que foram encontrados “documentos que provam o envio de encomendas anteriores, o que leva à suspeitar que há bens furtados que já não estão em Portugal”.

Já o “Correio da Manhã” avança que os bens furtados terão sido enviados por encomenda, via postal, para Itália e para o Chile.

Uma das encomendas, já foi, entretanto, intercetada pela GNR e já estará retida no aeroporto de Lisboa. Nesta encomenda deverão ser encontradas várias peças furtadas na casa do comendador António Rodrigues.

Os militares estavam ontem, ao final do dia, a aguardar mandados judiciais para abrir a encomenda.