Donald Trump tem aproveitado os primeiros dias na Casa Branca para fazer uso dos seus novos poderes e revogar uma série de orientações e estratégias políticas que estavam a ser seguidas pela administração anterior. À semelhança dos seus antecessores – Barack Obama, por exemplo, tomou medidas semelhantes quando substituiu George W. Bush, em 2009 – e tal como prometido em campanha eleitoral, o novo presidente dos EUA tem assinado decretos presidenciais com vista ao desmantelamento do legado democrata e, depois de oficializar a intenção da presidência em pôr fim ao Obamacare, Trump confirmou, na segunda-feira, a retirada dos EUA das negociações do acordo de comércio livre, no âmbito da parceria transpacífica, mais conhecida como TPP.
O acordo fazia parte da principal estratégia de política externa definida por Obama, quando tomou funções – de reorientação dos EUA para a região do Pacífico – e foi negociado, em 2015, por 12 países, incluindo o Japão, a Austrália, o Canadá, o México ou a Malásia. Juntos, os assinantes da parceria perfazem cerca de 40% da economia mundial.
Estimulados pelo Mercado Único da União Europeia e resolutos em contrariar o impacto económico da China na região, EUA e restantes parceiros pretendiam reforçar os laços económicos através da redução das tarifas entre si e da implementação de legislação comum, em matéria laboral, ambiental, sobre patentes e direitos de autor.
A decisão de Trump confirma uma promessa eleitoral, várias vezes repetida em campanha pelo republicano, e mesmo tendo em conta que se trata de um ato executivo meramente simbólico – o acordo nunca chegou a ser ratificado pelo Congresso norte-americano, razão pela qual nunca chegou a entrar em vigor – confirma a estratégia da nova administração rumo a uma política económica protecionista.
“Acabámos de fazer algo de muito bom para o trabalhador americano”, congratulou-se o presidente Trump, no momento da assinatura do decreto presidencial.