Novo aumento do salário mínimo pode não acontecer

A subida do salário mínimo em 2018 está prevista no acordo com PS e Bloco de Esquerda. Mas, ainda assim, há nem não dê por garantido que aconteça. Um dos exemplos é Carlos Silva.

Em entrevista ao “Público”, o líder da UGT explica que é, acima de tudo, é necessário “aguardar até ao final do ano para ver que condições há para avançar com o acordo que o PS sufragou com o Bloco de Esquerda para passar [o salário mínimo] para os 580 euros”. Até porque, para Carlos Silva, é preciso ter em conta que é sempre uma questão que depende de vários fatores, nomeadamente, das condições económicas.

Além disso, a posição do PSD quanto à taxa social única (TSU) foi uma verdadeira surpresa para o sindicato: “O PSD fez uma opção, sabendo que era uma opção política que tinha riscos. E o risco foi desapoiar aqueles que sempre apoiou”. Esta questão ganhou ainda mais importância porque a descida da TSU estava prevista no acordo de concertação social.

Na entrevista, Carlos Silva aproveitou também para mostrar o “desconforto” em relação à forma como o governo lidou com a questão. Acima de tudo, o líder da UGT critica o executivo de António Costa por ter recebido primeiro a CGTP para dar conta do que seria feito depois do chumbo da TSU.

Inicialmente, a ideia era que o salário mínimo nacional (SMN) aumentasse para 600 euros até 2019. A garantia chegou a ser dada por António Costa apesar da pressão por parte dos partidos de esquerda que apoiam a coligação. Por essa altura, a prioridade do primeiro-ministro era aumentar as pensões mais baixas.

“O que está previsto é chegar-se aos 600 euros no final da legislatura”, acentuava o primeiro-ministro.

No entanto, o acordo entre o governo, a UGT e as confederações patronais deixou cair esta promessa. O texto acabou por deixar em aberto as atualizações posteriores. Embora o ministro Vieira da Silva tenha reiterado que se trata de um "compromisso do governo".