Portugueses querem que Uber continue a funcionar em Portugal

Criação de um regime jurídico para as novas plataformas vai estar em debate esta sexta-feira no parlamento

A grande maioria dos portugueses (73,7%) concordam que a Uber continue a funcionar em Portugal. Só 7,6% defendem que a plataforma deve acabar. Ao mesmo tempo, 87% acreditam que este serviço pode melhorar a mobilidade na cidade contra 2% com opinião negativa. São estes os resultados mais significativos do inquérito de opinião feito pela Eurosondagem nos dias 1, 2 e 3 de março. Por outro lado, 81,6% dos inquiridos dizem que o parlamento deve aprovar uma lei que regulamente a atividade destas plataformas de transporte. Apenas 4,9% discordam. 

O resultado deste estudo surge numa altura em que a criação do regime jurídico do transporte em veículo a partir de plataforma eletrónica – em que empresas de transporte de passageiros como a Uber e a Cabify vão ser regulamentadas – vai estar em cima da mesa na próxima sexta-feira, no parlamento. 

No entanto, quando inquiridos apenas os utilizadores da Uber, as respostas são mais esmagadoras. Quase 95% acreditam que a tecnologia e a inovação podem melhorar a mobilidade na sua cidade e 90,3% concordam que um serviço como o que a Uber oferece possa existir também em Portugal. Daí ser natural que quase 93% defendam que o parlamento deve aprovar uma lei que regulamente esta atividade. 

A verdade é que há alguma incerteza em relação ao desfecho do que irá acontecer na Assembleia da República, no final da semana. Isto porque o Bloco de Esquerda avançou com uma iniciativa própria para regulamentar a atividade de transporte em veículos descaracterizados onde alerta para “graves consequências” da proposta do governo, da qual também o PCP discorda.

Na sua proposta, os bloquistas determinam a fixação de contingentes para estes veículos por parte das câmaras municipais, como reclamam as associações de táxis, o que o executivo já deixou claro estar fora de questão.
Já o PSD diz que ainda não decidiu o seu sentido de voto porque considera que “há questões que merecem melhor reflexão”, como é o caso da contingentação e “aspetos que devem ser mais bem regulamentados”. 

Ficha técnica

Estudo de Opinião efetuado pela Eurosondagem, S.A., dias 1, 2 e 3 de março de 2017. Entrevistas telefónicas, realizadas por entrevistadores selecionados e supervisionados. O universo é a população com 18 anos ou mais, residentes nos concelhos de Lisboa e Porto, com telefones da rede fixa ou telemóveis. Foram efetuadas 1238 tentativas de entrevistas e, destas, 221 (17,9%) não aceitaram colaborar no estudo de opinião. Foram validadas 1017 entrevistas. A amostra foi estratificada pelo concelho de Lisboa (60,7%) e concelho do Porto (39,3%), e aleatória em termos de sexo (feminino – 52,8%; masculino – 47,2%) e faixa etária (dos 18 aos 30 anos – 16,6%; dos 31 aos 59 – 50,1%; com 60 anos ou mais – 33,3%). O erro máximo da amostra é de 3,07%, para um grau de probabilidade de 95,0%.