Reino Unido. UKIP fica sem deputados no parlamento britânico

O seu único representante, Douglas Carswell, anunciou o abandono do partido e assumiu independência.

A vida não está fácil para o partido nacionalista britânico. O impacto que o UKIP causou nas eleições europeias de 2014 e na campanha para o Brexit, teima em não se traduzir na conquista de lugares no parlamento britânico. Um mês  depois de o seu próprio líder, Paul Nuttall, ter perdido a hipótese de conquistar o lugar vago de deputado na circunscrição de Stoke-on-Trent Central, ao ser derrotado pelos trabalhistas na by-election de fevereiro, o UKIP perde agora o seu único representante em Westminster.

No passado sábado, Douglas Carswell – que já foi membro do Partido Conservador – anunciou, no seu blog pessoal, que vai virar costas ao partido pelo qual foi eleito deputado, em 2015, e tornar-se independente. “Mudei para o UKIP porque queria desesperadamente que saíssemos da UE. Agora que podemos estar certos de que tal irá acontecer, decidi abandonar o UKIP”, escreveu o representante do círculo eleitoral de Clacton, esclarecendo que não pretende, no entanto, regressar aos tories: “Não irei trocar de partido, nem percorrer o caminho de volta até aos conservadores, por isso não é preciso haver uma by-election. Serei simplesmente o deputado de Clacton e sentar-me-ei como independente”, afiançou.

Há muito que Carswell tem vindo a gerar críticas internas dentro do UKIP, pelo que a sua saída não apanhou ninguém de surpresa. Arron Banks, um dos maiores doadores do partido de extrema-direita, que até ameaçou recentemente fechar a torneira, desolado com o rumo seguido, rotulou o abandono como “uma rara e boa notícia para o UKIP”, ao passo que Nutall disse que Carswell nunca foi um “ukipper confortável”.

Já o ex-líder e figura de proa do partido, Nigel Farage, acusou o deputado, no Twitter, de ter tentado “minar” o UKIP e, em declarações à BBC, este domingo, defendeu a realização de uma eleição intercalar em Clacton “[Carswell] abandonou o rótulo que o elegeu. [Se ainda fosse líder] sentir-me-ia obrigado a pedir uma by-election”, afirmou.