O ministro da Ciência e do Ensino Superior, Manuel Heitor, diz que há falta de ativismo científico na Europa e de manifestações de cientistas a pedirem mais dinheiro para o setor.
"Os cientistas não se envolvem", afirmou o ministro para quem "não há manifestações de cientistas a pedirem mais dinheiro para a ciência". "Não temos ativismo científico", sustentou, na sessão de abertura de um encontro de presidentes das sociedades de matemática europeias, sublinhando que a Europa "precisa de cientistas mais ativos", a defenderem os seus direitos
As declarações de Manuel Heitor à Lusa ocorrem três semanas antes de uma marcha pela ciência em Lisboa, na qual, disse, vai participar.
O governante recordou o exemplo dos agricultores que se manifestam em Bruxelas, onde fica a sede da Comissão Europeia, para exigir mais apoios financeiros para o setor.
A marcha para a Ciência, marcada para o dia 22 de abril, vai decorrer em simultâneo noutros países europeus, nos Estados Unidos e na América Latina, nomeadamente no Brasil. O protesto tem como objetivo defender a ciência e sensibilizar a sociedade para a sua importância.
Em Portugal, a iniciativa é organizada por um grupo de cientistas que trabalham no país, que se associou a um movimento à escala global em defesa da ciência, após o novo governo norte-americano de Donald Trump ter ameaçado com cortes a entidades que fazem investigação.
A última vez que a comunidade científica saiu há rua em protesto foi há três anos, quando, em Lisboa, protestou contra o corte das bolsas de doutoramento e pós-doutoramento, acusando o governo de então de desinvestimento no setor.