Poucos conseguiriam prever que Donald Trump alguma vez fosse entrar no Palácio de Buckingham, ao lado da rainha de Inglaterra, numa carruagem dourada e puxada a cavalo. O certo é que, ainda este ano, deverá mesmo acontecer.
Reporta o “Times” de Londres que o presidente norte-americano faz questão de incluir no programa o passeio com a rainha Isabel II na tradicional carruagem platinada.
Os serviços de segurança já estão a planear a organização do evento, tendo em conta a reduzida proteção que o veículo consegue garantir. O encerramento de ruas e acessos será uma inevitabilidade.
Barack Obama, por exemplo, preferiu um automóvel contemporâneo, de modo a garantir uma maior proteção para si e menores dificuldades às polícias locais, em 2011.
Em 2015, Xi Jinping, o presidente chinês, andou numa carruagem com a rainha, mas preferiu uma blindada e de caixa fechada – bem diferente da tradicional dos residentes e preferida por Donald Trump para a sua primeira visita ao Reino Unido, em outubro deste ano.
Também há dois anos, o presidente do México, Enrique Peña Nieto, optou pela carruagem tradicional da rainha, puxada por seis cavalos brancos, mas causando menos preocupações aos serviços de segurança, na medida em que a sua notoriedade é de menor dimensão, tanto a nível de apoio como de protestos.
Cerca de um milhão e 800 mil britânicos assinaram uma petição pública contra a visita de Trump por “embaraço a Sua Majestade a Rainha”.
Coincidentemente, foi Vladimir Putin o chefe de Estado de uma potência mundial a partilhar mais recentemente a carruagem dourada de Isabel II. Esta, fortemente protegida por uma equipa de segurança que a rodeia, é naturalmente mais vulnerável e menos resistente que as outras alternativas.
“O veículo que transporta o presidente dos Estados Unidos é de uma dimensão incrível. Está desenhado para resistir a um grande ataque, como mísseis de curto alcance ou granadas”, esclareceu uma fonte ao “Times”, exemplificando as contrastantes características da carruagem dourada, sem qualquer cobertura.
Boleia especial, relação especial A administração Trump tem mantido cordiais relações com o governo de Londres. Theresa May já visitou a Casa Branca, tendo elogiado o recém-eleito presidente Trump por “devolver a soberania ao povo” e comprometer-se com a NATO. May e Trump têm em vista o facilitar de relações comerciais entre o Reino Unido e os Estados Unidos da América, em especial depois de os britânicos abandonarem a União Europeia. Em entrevista recente também ao “Times”, Trump prometeu um acordo entre os dois países que facilitasse “a vida depois do Brexit”.
No mundo diplomático, a amizade entre as duas nações anglo-saxónicas é comummente descrita como “a relação especial”.
