O jogo chama-se “Baleia Azul”. Há um lá e um cá, com os jovens a trocarem mensagens com os “curadores”, que lhes propõem 50 desafios, sendo o último deles o suicídio.
Foram abertas investigações policiais em pelo menos três estados no Brasil, avança “O Globo”, tendo-se confirmado a morte em pelo menos um deles, em Mato Grosso. Há outra tentativa de suicídio no Rio de Janeiro, que alegadamente estará relacionada com o jogo.
Na capital do Paraná, Curitiba, estão a ser investigadas sete tentativas de suicídio de jovens que tinham em comum marcas de automutilação e que tinham ingerido medicamentos.
Fala-se num jogo, mas na verdade “Baleia Azul” não passa de uma sequência de desafios macabros que são propostos por um bando de jovens sem melhor para fazer a outros que, tão entediados ou deprimidos, acabam por se tornar vítimas de uma brincadeira que progride em direção ao abismo. Os desafios iniciais propõem comportamentos relativamente inofensivos, como tirar fotografias a assistir a filmes de terror. Mais à frente é que os jovens começam a ser aliciados para práticas perigosas, desde a ingestão de medicamentos à automutilação, incluindo desenhar baleias em diferentes partes do corpo com instrumentos cortantes.
Segundo o presidente da Safernet, Thiago Tavares, o jogo começou como uma notícia falsa ventilada por um órgão de comunicação estatal da Rússia, e que se tornou viral a partir de 2015. “O jogo não existia, mas com a grande repercussão da notícia, pode ter passado a existir”, disse Tavares ao “Globo”.
Ontem, a Câmara de Deputados no Brasil aprovou um requerimento para se realizar uma audiência pública para debater o jogo. Os suspeitos de aliciar os jovens para participarem no jogo podem vir a ser acusados de homicídio.
