Aparelho do PSOE não consegue arrasar Sánchez

O ex-líder consegue quase tantas assinaturas como Díaz

Os apoiantes da candidata do aparelho do PSOE, Susana Díaz, esperavam, dado os apoios institucionais e do aparelho que têm, arrasar na recolha de “avales” para as eleições de líder do partido. Nesta fase do processo de diretas, cada candidato tinha de entregar a subscrição de cerca de 5% dos militantes do partido, cerca de 9368 apoios.

Os apoiantes de Susana Díaz, presidente da Junta da Andaluzia, que conta com o apoio de seis governos autónomos e dezenas de secretários provinciais do partido, contavam mostrar nesta fase que as diretas eram favas contadas.

De facto, conseguiram entregar muito mais que as assinaturas necessárias: enviaram 62 617 apoios de militantes do PSOE. O problema é que o ex-líder do partido, Pedro Sánchez, sem quase nenhum apoio das estruturas exceto em quatro províncias, entregou 57 369 assinaturas, mais 16 mil que quando ganhou a liderança do partido.

Finalmente, o terceiro candidato, Patxi López, que afirmou não ir concorrer para conseguir o maior número de assinaturas, mas para líder do partido, conseguiu entregar cerca de 12 mil “avales” de militantes de toda a Espanha.

O antigo líder dos socialistas manifestou-se “comovido”, ao diário espanhol “El Mundo”, por ter conseguido este número muito alargado de apoios dos militantes socialistas. O seu porta- -voz, o secretário das Organizações do PSOE em Navarra, Santos Cerdán, afirmou: “Nós não contamos com o aparelho como contam outros candidatos, apenas colocamos uma mesa e formam-se filas de militantes para apoiar [Pedro Sánchez].”

A candidatura de Susana Díaz sempre declarou que ia esmagar os outros proponentes nesta fase do processo, que será encerrada com a confirmação da validade de todas as assinaturas, nos próximos dias.