Concertos. Esquemas de segurança reforçados

Atentado reacende o debate sobre a segurança. Everything Is New diz não ter recebido indicações para cancelar vinda de Ariana Grande

As reações ao atentado durante o concerto de Ariana Grande em Manchester foram imediatas na indústria do espetáculo.

Após as notícias de que a segurança apenas estaria a fazer revistas em busca da posse de garrafas de água, os esquemas de proteção dos espetadores foram postos em causa. Em declarações à agência Lusa, Álvaro Covões escusou-se a referir se vai reforçar a segurança nos eventos que promove, por razões profissionais. “Não se deve discutir a segurança na praça pública. Na maioria dos grandes eventos, o público tem sentido um forte dispositivo de segurança e há sempre planos de emergência aprovados pelas autoridades”, declarou. O promotor lamentou ainda a forma como são noticiados atos de terrorismo, “coisas bárbaras”, como o ataque em Manchester que, diz, faz dos media “aliados dos terroristas”.

O i tentou saber junto do promotor da Everything Is New, responsável pela organização do NOS Alive, se os atentados como o de terça-feira em Manchester ou aquele ocorrido a 13 de novembro em Paris, durante um concerto dos Eagles of Death Metal (ver texto ao lado), podem ter implicações futuras não só em Portugal mas num contexto internacional de organização de espetáculos ao vivo, mas não foi possível obter uma reação a tempo. Já Luís Montez, da Música no Coração, a organizadora de festivais como o Super Bock Super Rock ou MEO Sudoeste, optou por não prestar declarações.

O gigante das promotoras Live Nation prometeu reforçar a segurança no British Summer Time Hyde Park, que se realiza em Londres de 30 de junho a 2 de julho, com Phil Collins, Justin Bieber e os The Killers como cabeças-de-cartaz. No Big Weekend da Radio 1 (o primeiro canal da BBC), em Hull, as autoridades consideram, em declarações à imprensa britânica, que a segurança está “no topo das prioridades” e, por isso, pretendem aumentar a segurança “para proteger as pessoas” e “minimizar os riscos”, mas defendem não haver “ameaça iminente” de terrorismo. 

As consequências não terminam por aqui. A atuação dos Take That em Liverpool marcada para ontem e as três noites na Manchester Arena, de amanhã a sábado, foram adiadas para data a anunciar “por respeito a todas as pessoas afetadas pelo terrível incidente de ontem [segunda] à noite”. 

Quanto à estreia de Ariana Grande em Lisboa, marcada para 11 de junho na MEO Arena, a Everything Is New não recebeu quaisquer indicações de vir a ser cancelada, após contactos com a agência internacional responsável pela gestão da carreira. 

A probabilidade de o resto da digressão europeia ser suspensa foi posta a circular pelo site de celebridades TMZ. Caso se confirmasse esta hipótese, seria a segunda estreia adiada de Ariana Grande em Portugal já que, no Rock in Rio do ano passado, cancelou alegando motivos de doença, sendo substituída pela residente do festival Ivete Sangalo. Neste momento restam muito poucos bilhetes para o espetáculo da MEO Arena integrado na digressão “The Dangerous Woman Tour”, ancorada no álbum do ano passado com o mesmo nome. 

No Twitter, Ariana Grande confessou estar destroçada com o atentado, enquanto o agente Scooter Braun classificou como “ato cobarde” o ataque terrorista. 

O atentado na Manchester Arena vem na sequência do ocorrido no Bataclan, do massacre de 12 de junho em Orlando (Florida, EUA), na discoteca de tendência LGBT Pulse – o mais mortífero contra civis desde o 11 de Setembro, com 50 mortos e 53 feridos -, e do assassinato de uma pessoa no Irving Plaza de Nova Iorque antes de um concerto do rapper T.I., há um ano.