Tecnologia. Milhares de oportunidades de emprego num mercado a crescer

Pavilhão de Portugal alberga evento gratuito numa área em que a formação não tem capaciade para preencher todas as vagas disponíveis

Entre hoje e amanhã haverá em Lisboa mais de 5000 oportunidades de emprego na área da tecnologia. Muitas destas serão proporcionadas por algumas das principais empresas europeias do setor.

A 3.ª edição do “Landing.careers Festival” reúne quase 1500 profissionais da área, 60 empresas e 30 oradores no Pavilhão de Portugal, com o objetivo de ajudar a encontrar um futuro emprego e potenciar e contribuir para o desenvolvimento profissional de carreiras tecnológicas.

“A Europa está muito forte em termos tecnológicos e a tendência é de crescimento”, diz ao i Pedro Oliveira, um dos responsáveis pela organização do evento. No entanto, acrescenta, “não existem profissionais de tecnologia suficientes para tanta procura” e a formação oferecida pelas “universidades europeias não tem capacidade para preencher todas as vagas que o mercado oferece”.

À semelhança do resto da Europa, revela Pedro Oliveira, o panorama tecnológico de Portugal tem conhecido “um acentuado crescimento nos últimos três anos, derivado do facto de várias empresas internacionais estarem a criar os seus polos tecnológicos em Lisboa, Porto e outras cidades portuguesas”.

Para além disso, acrescenta o cofundador da Landing.jobs., “existem também vários profissionais de tecnologia de outras nações e também portugueses que saíram do país que estão a equacionar voltar ou mudarem-se para Portugal”.

O especialista considera ainda que o país se tem tornado “uma hipótese muito viável em termos de carreira para os profissionais de tecnologia de todo o mundo”.

Dinâmica Na perspetiva de Pedro Oliveira, “o maior desafio numa carreira em tecnologia é perceber exatamente onde se quer chegar”. O responsável revela que a “maioria dos profissionais de tecnologias de informação acaba por ter uma carreira à deriva” devido ao facto de o “mercado das tecnologia de informação ser altamente dinâmico”.

Esta dinâmica leva a que “mais de metade dos trabalhadores” não sejam “formados” nesta área, uma vez que existe uma “elevada procura”, a que se acrescenta o facto de “as universidades não terem capacidade de formar número suficiente de profissionais”. Assim, o desafio de emprego nesta área está em ter as “ferramentas certas” para “tomar as melhores decisões” de uma carreira pela qual é possível enveredar sem ter formação-base na área. “Não interessa de onde se vem, o que interessa é o que consegue fazer”, conclui Pedro Oliveira.

Secções O evento – que é totalmente gratuito para qualquer participante – divide-se em três secções: Futuro (realidade virtual, inteligência artificial, jogos): Tecnologia (programação, devOps) e Carreiras (cultura, trabalho remoto, orientação).

Os oradores do festival vão abordar temas que vão desde a robótica, blockchain (transações financeiras e outro tipo em rede) e o trabalho à distância.

Destes, Pedro Oliveira destaca, entre vários outros, Tom McAdam, gestor tecnológico na Google, que “aceitou o nosso desafio e vai explicar o futuro do devOps”, ou Joel Gascoigne, que vai fechar o Landing.careers Festival “com uma conversa sobre cultura, transparência de salários e valores.

Como painel, o destaque do responsável vai para “When robots take over…”, onde vamos abordar temas como o rendimento básico anual e o impacto da automatização nos trabalhos de tecnologia.