Primeiro-ministro exige explicações “com urgência” ao IPMA, GNR e Proteção Civil

Costa enviou ontem um despacho a querer saber porque não foi encerrada a estrada onde morreram 47 pessoas, se a rede SIRESP foi interrompida e se as condições meterorológicas explicam totalmente a “dimensão e intensidade da tragédia” que resultou do incêndio de Pedrógão Grande.

As explicações apontadas até agora pelas autoridades para o início do incêndio e para alguns procedimentos seguidos no combate às chamas não são suficientes para o primeiro-ministro.

António Costa exige explicações “com urgência” ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), à Autoridade Nacional de Proteção Civil e à Guarda Nacional Republicana (GNR) sobre três questões.

O primeiro-ministro enviou ontem um despacho ­– a que o i teve acesso – pedindo explicações sobre o funcionamento da rede de SIRESP no incêndio de Pedrógão Grande e sobre os motivos da ausência de encerramento da estrada nacional 236-I, onde morreram 47 pessoas.

Há, essencialemnte, três questões que o primeiro-ministro inscreve no despacho e que quer ver respondidas “desde já”:

"Houve no local circunstâncias meteorológicas e dinâmicas geofísicas invulgares que possam explicar a dimensão e intensidade da tragédia, em especial no número de vítimas humanas, sem paralelo nas ocorrências de incêndios florestais, infelizmente tão frequentes em Portugal?", começa por questionar o primeiro-ministro.

António Costa pergunta depois se se confirma que "houve interrupção do funcionamento da rede SIRESP (Rede Nacional de Emergência e Segurança)". A confirmar-se a interrupção, o primeiro-ministro quer saber: "Porquê, durante quanto tempo, se não funcionaram as suas próprias redundâncias e que impacto teve no planeamento, comando e execução das operações, como se estabeleceram ligações alternativas?"

E, finalmente, António Costa quer saber "porque não foi encerrada ao trânsito a Estrada Nacional (EN 236-I)”, se “foi esta via indicada pelas autoridades como alternativa ao IC 8 já encerrado” e se “foram adoptadas medidas de segurança à circulação nesta via”.