Banca. SCML só entra no capital do Montepio em projeto estratégico

Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Santana Lopes, não prevê um desfecho do processo para antes do outono

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) reiterou ontem que a instituição só poderá entrar no capital do Montepio “num processo estratégico, amplo, de todo o setor social”.

No final da inauguração de um novo edifício do Hospital de Sant’ana que pertence à SCML, Santana Lopes foi questionado sobre o comunicado emitido na sexta-feira e que dá conta de que esta instituição e a Montepio Geral Associação Mutualista (MGAM) assinaram um memorando de entendimento que possibilita a participação da Santa Casa no capital do banco da associação.  Na sexta-feira num comunicado conjunto de ambas as instituições, lia-se que o objetivo do entendimento era “estabelecer uma parceria entre as entidades no âmbito do desenvolvimento nacional da economia social”. 

A parceria permite a participação da SCML no capital da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) e prevê a “participação de outras instituições de economia social no capital da CEMG”. 

“Uma garantia quero dar: a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa só participará num processo estratégico, amplo, de todo o setor social, não aparecerá sozinha individualmente em nada”, assegurou também ontem Santana Lopes, citado pela agência Lusa. 

“Nós continuamos onde estávamos, apesar dos comunicados que saíram”, afirmou Santa Lopes. Foi assinado um memorando que permite a abertura de negociações, não quer dizer mais nada do que isso”. 

O provedor da Santa Casa salientou que têm existido “boas notícias” em relação ao Montepio, referindo-se ao aumento de capital e ao crescimento de economia nacional, e considerou que “já não há aquela emergência de que se falava”.

Também na sexta-feira foi revelado que a MGAM subscreveu um aumento do capital da CEMG no valor de 250 milhões de euros. Com esta operação o capital institucional da CEMG sobe para 2020 milhões de euros. 
 
Reorganização O também antigo primeiro-ministro defendeu que o momento que Portugal vive “exige que o setor da economia social se reorganize”, incluindo aqui instituições de solidariedade social, misericórdias ou Caixas Agrícolas.

“Se nisso estiver incluído uma participação de todos numa entidade financeira, muito bem, só no âmbito desse processo é que se poderá pôr a hipótese de participação da Santa Casa”, frisou, acrescentando que não prevê um desfecho para este processo antes do outono e que, até agora, nunca se encontrou com ninguém do Montepio. “Calculo que a minha palavra há de ter alguma importância”, disse o provedor da SCML.

Com o memorando foi cumprida a promessa de Santana Lopes que apontava uma decisão para o final de junho.