Estes Millennials eram Neets mas já não são

No meio do caos português em que tantos milhares de millennials podem ser considerados “Neet”, há também alguns frutos daquele que é um projeto que pretende atrair os jovens para o mundo da formação e do trabalho. É o caso destes cinco jovens que são exemplos de casos de sucesso do programa “Make The Future…Today”

Admário Ferreira

O jovem de 21 anos tinha um curso de mecatrónica (que junta a mecânica com a eletrónica) na CEPRA (Centro de Formação Profissional da Reparação Automóvel). Interessou-se pelo Campeonato das Profissões e participou num concurso interno. Ganhou e passou ao campeonato regional, em Coimbra, no ano passado. Ficou em primeiro lugar, entre cerca de 15 participantes e teve direito a bilhete até à Suécia, para participar no campeonato europeu, onde conquistou o segundo lugar.

Neste momento prepara-se para o campeonato mundial, a acontecer em outubro em Abu Dhabi. Conta com o total apoio da escola, sendo que nos meses mais próximos do evento ser-lhe-á cedido um espaço para treinar. Assim que terminar a sua formação irá trabalhar na empresa do pai, onde está agora a estagiar.

Adriana Brito

Licenciada e com mestrado em Design de Moda na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, viu-lhe surgir uma oportunidade de fazer um estágio de IEFP no último ano em que frequentava o mestrado. Em vez de escrever uma tese, concluiu um relatório de estágio. De seguida, tornou-se efetiva onde se mantém até hoje. Embora a empresa seja no Fundão, continua a viver na Covilhã pois “acredita no valor do interior”.

Refere que o IEFP teve um papel muito importante no início da sua carreira, uma vez que “percebe-se que há uma comunicação constante entre o IEFP e as entidades ou universidades.

Desempenha a função de desenvolvimento de produto e, sendo uma empresa de confeção, esta recebe croquis dos clientes cabendo-lhe a ela conseguir adaptar-se e encontrar os materiais mais adequados à procura das necessidades do cliente.

Diana Dias

Quando terminou o 9.º ano foi para uma escola profissional na Régua para o curso técnico de termalismo. No entanto, este não correu muito bem e deixou-se influenciar por companhias negativas e faltava muito às aulas. Acabou por cumprir apenas um ano. Neste sentido, foi transferida para Amarante, para uma escola mais perto de casas dos seus pais. O comportamento não melhorou e ao fim de meio ano desistiu.

Acabou por ficar cerca de 6 meses em casa dos pais sem nenhuma ocupação. Aquando da sua mudança para Tomar, inscreveu-se num curso do IEFP para técnica de manutenção industrial. Não chegou a concluir e acabou por ficar mais algum tempo desocupada. Passado um tempo, recebeu um contacto do IEFP e uma técnica “fez um ultimato” de incentivo, sugerindo-lhe o curso de técnica de vendas pois acreditava que teria potencial nesta área. Acabou por aceitar o conselho e fez o curso de cerca de 2 anos e meio. Conseguiu concluir e sentir-se mais satisfeita pois este possibilitava uma maior interação com as pessoas, algo de que gosta bastante.

Flávio Santos

Após terminar o 9.º ano teve um momento de indecisão: não pretendia continuar a estudar. Decidiu inscrever-se no centro de emprego e optou, com a ajuda de uma técnica do IEFP, pelo curso técnico-profissional em serralharia civil, que durou um ano e meio. De seguida, voltou novamente ao centro de emprego, em Tomar, e optou pelo curso (equivalente ao 10.º – 12.º ano) de técnico de mecatrónica. Já no Politécnico de Tomar escolheu a sua área de especialização: eletricidade. Este deu-lhe o nível 0 (pré-entrada à universidade) em instalações elétricas e automação industrial, com a duração de 2 anos. Atualmente frequenta a licenciatura em engenharia eletrotécnica e computação (está no 1.º ano/2.º semestre) no Politécnico de Tomar, em horário pós-laboral. Pretende ainda fazer um mestrado e dar aulas pois quer “cativar os jovens a irem para a escola e estudarem”.

Tiago Serrão

Concluído o 9.º ano, tirou o curso de Técnico de Gás na Escola Profissional do Fundão (equivalente ao 12.º ano). Sempre teve mais interesse por funções práticas e a faculdade não fazia parte dos seus planos. Quando terminou o curso foi trabalhar para o Luxemburgo durante dois anos. Surgiu mais tarde uma oportunidade para regressar e trabalhar numa empresa de relva sintética, onde ficou quatro anos. Acabou por despedir-se e inscrever-se no centro de emprego – passado um mês surgiu uma oferta de trabalho numa oficina enquanto mecânico. Na oficina era frequente ser necessário lavar carros e percebeu que não havia muita oferta no Fundão – assim surgiu-lhe a ideia de criar o seu próprio negócio. Fez várias pesquisas e encontrou no IEFP a solução Investjovem; Apresentou o projeto, que foi submetido, analisado e aprovado no espaço de seis meses. O projeto é seu embora seja um franchising da “Stop & Wash VAP” (sistema de limpeza a vapor).

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