De Portimão a Lagoa. Pé na areia e prato cheio

Neste segundo dia de viagem não foi possível escapar ao inevitável Algarve feito de piscinas, mar, cocktail numa mão e prato cheio de peixe fresco na outra. Deixe-se guiar por este GPS que começa num bar com inspiração árabe e acaba numa praia com direito a semáforos 

De Portimão a Lagoa. Pé na areia e prato cheio

1. Mourisco Bar

As ofertas são porta sim porta sim, mas é no Mourisco que paramos e atenção que não foi apenas pelo cartaz que nos diz que a happy hour de pints a 2,5 euros acabou de começar.
Este bar criado em 1990 está mais próximo do imaginário de um café de Marrocos do que de um espaço de cocktails no Alvor. 
Mas apesar de ser difícil tirar os olhos dos azulejos que forram paredes e teto, foquemo-nos no que vai saindo do balcão. “O nosso best seller é o mojito, um clássico da noite algarvia. Mas não é isso que nos distingue”, garante Eduardo. O Mourisco é famoso pelos cocktails de fruta fresca e a equipa de barmans é unânime na hora de escolher o melhor: o Absolutely Crushed, uma mistura de tangerina, maracujá, vodka de citrinos e licor exótico. Cheers! 

Rua Dr. Frederico Ramos mendes 42, Alvor

 

2. Restaurante Caniço

Ainda não chegamos à mesa e a experiência já está a fazer valer a pena a viagem. Seguimos as setas com a indicação “Caniço”, mas o carro tem ainda que ficar a vários metros do restaurante. A partir daqui, é preciso entrar no Aldeamento da Prainha, passar um túnel e um elevador para chegar à praia do Caniço, a uma arriba de distância da Praia dos Três Irmãos. Mas antes de fazer a descida até ao areal, há uma paragem obrigatória. O restaurante com o nome da praia que lhe serve de cenário está aberto desde 1989 na falésia. Literalmente. Com uma localização privilegiada, era quase impossível fugir a uma ementa a fazer pendant com a paisagem. Aqui serve-se peixe de Sagres, um dos melhores do país segundo os entendidos, e um arroz de lingueirão que torna obrigatório o regresso, mesmo com toda a logística para chegar até aqui.

Aldeamento da Prainha, Alvor

 

3. Restaurante Taberna da Maré

As paredes são forradas de fotografias antigas, as mesas são corridas e as cadeiras trocadas por bancos de madeira. Quem nos recebe é Zeca Pilhota, que tomou as rédeas a um restaurante que existe desde a 1946. “Nota-se que isto tem história, não nota?”, pergunta-nos. Oh se nota, e ainda nem chegámos à carta. A cozinha sabe a Algarve no seu estado mais puro e é com a simpatia das terras do sul que Zeca exige que esta não seja apenas uma visita. “Ficam para jantar? Não me façam essa desfeita”. Não somos de deixar ninguém desiludido e, sem esforço, atiramo-nos a uma travessa de sardinhas, aquelas que Zeca faz questão de escolher todos os dias no mercado. “Sei-as de cor e salteado”, garante.

Travessa da Barca 9, Portimão

 

4. Restaurante Charneco

O Charneco é uma instituição. O restaurante também, mas já lá vamos. Agora falamos do homem que deu nome a uma casa que há quase 30 anos pôs Estombar no mapa. Pelas fotos nas paredes, percebemos que por cá já andaram Fernando Tordo, Rosa Mota e Álvaro Cunhal. Também eles não quiseram perder este menu fixo que, por 25 euros, está mais próximo de um festival gastronómico. Começa com presunto, queijo, cenoura temperada, assadura,  muxama de atum, ovos com tomate, salada de ovas de choco, carapaus alimados, pataniscas de raia e ameijoas. Há ainda o arroz de tamboril e o borrego no forno. Esta barrigada algarvia termina com don rodrigo, tarte de alfarroba e doce de figo. Abençoado medronho para ajudar a empurrar. 

Rua Joaquim Manuel Charneco 3, Estômbar

 

5. Slide & Splash

Porque a vida não é só comes e bebes, há que dar uma acelerada ao coração para queimar as calorias ganhas neste roteiro. Os parques aquáticos são um clássico do Algarve e o Slide & Splash ganha pontos extra por ser considerado um dos melhores e maiores da Europa. São sete hectares de escorregas alucinantes de deixar qualquer criança histérica e qualquer pai a contar as horas para ver os filhos em terra firme. Agora em agosto, têm que esperar mais um bocadinho uma vez que o parque só fecha às 18h30. Antes de fechar por uma longa temporada de Inverno, os horários vão encurtando para a dor ser menor. Assim, de 1 a 15 de setembro fecha às 17h30 e a partir daí até novembro fecha às 17h. Mas é bom que vá cedo, logo às 10h, quando abre. O bilhete normal custa 27 euros e o júnior e sénior 19 euros. Há que rentabilizar o investimento.

Estrada Nacional 125 Vale de Deus, Estômbar

 

6. Sky Bar Carvoeiro

O de Lisboa já era conhecido pelos cocktails e pela vista sobre a cidade e, agora, esta extensão a sul, promete manter os cocktails e alterar a paisagem: da cidade passamos  para mar, grutas e falésia. O Sky Bar do Carvoeiro abriu no final de julho no topo do Hotel Tivoli e promete ser forte em sunsets, como se quer numa altura em que a noite chega mais tarde.
Apesar de não fugir aos clássicos, é na aposta em produtos nacionais e principalmente do Algarve que este bar faz a diferença. Assim, além de mojitos e daiquiris, há vinhos portugueses, vinho do Porto e cocktails feitos com laranja e toranja. Como aperitivo, deixe os tremoços para outra altura. Aqui há ostras e com selo de garantia da Ria Formosa. 

Apartado 1299 Vale do Covo, Praia do Carvoeiro

 

7. Passadiços do Carvoeiro

O percurso é curto, mas intenso. São apenas 570 metros de passadiços de madeira mas não há forma mais bonita de ir do Algar Seco ao Forte de Nossa Senhora da Encarnação, no Carvoeiro. 
Desde 2014 que é possível percorrer este caminho quase em suspenso sobre o mar. E como o caminho é em curva e num sobe e desce ligeiro, mantemos a sensação de estar a percorrer a costa acidentada, mesmo junto ao mar. O nosso percurso foi feito de dia, mas seja qual for a hora, vá com tempo para ir parando nas plataformas de madeira construídas estrategicamente para que a paisagem seja apreciada como merece.

 

8. Praia do Benangil

Vaga para visitar as grutas só lá para o fim da tarde. E se é para esperar, que seja ao sol. Fazemo-nos à praia antes de nos metermos no barquinho que dá direito a viagem até ao Algar do Benangil, uma construção natural única e que enche o Instagram de fotos sem filtro. Quem quer fugir aos passeios turísticos, pode aventurar-se de caiaque e, pelas indicações que estão à entrada da praia, não falta quem o tente fazer a nado. Talvez por isso esta seja uma praia com semáforos à entrada. O sinal vermelho quer dizer precisamente que é proibido nadar até ao Algar de Benangil. O que vale é que entre mergulhos e sestas, está quase na hora do barco. 

Benangil, Lagoa