O atual cenário em Portugal é o seguinte: cinco fogos, três dos quais mais preocupantes, cujo combate estava a ser feito por perto de 2 mil bombeiros. Os números têm sido de um sobe e desce constante, mas sem direito a tréguas. Desde quarta-feira, dia 9, que o país arde sem parar, principalmente na zona centro, com Vila de Rei a ser o centro das atenções. Nele estiveram envolvidos 800 bombeiros, mais de 200 viaturas e 10 aeronaves.
Apesar deste estar em fase de resolução, Castelo Branco continua a ser o distrito mais fustigado pelos fogos. O incêndio em Louriçal do Campo esteve a ser combatido por 363 operacionais, apoiados em 107 veículos e 12 meios aéreos.
A Autoestrada da Beira Interior (A23) esteve cortada ao trânsito ontem durante a tarde entre Castelo Novo e a Soalheira, no concelho do Fundão, devido ao incêndio que lavra na Serra da Gardunha. De acordo com a informação disponibilizada na página da Autoridade de Proteção Civil, este incêndio mantém fechada, desde segunda-feira, a circulação rodoviária na EN18, entre Castelo Novo e o Alcaide, freguesias do concelho do Fundão.
Este fogo começou perto da localidade de Louriçal do Campo, no concelho de Castelo Branco, e alastrou, ao meio da tarde desse dia, ao território do concelho do Fundão. Foi na sequência deste fogo que dois civis sofreram queimaduras e uma bombeira ficou ligeiramente ferida. O número de feridos foi atualizado pela Proteção Civil e Patrícia Gaspar, adjunta de operações, avançou que seriam já 55, dos quais 51 são ligeiros e quatro graves. Esta contabilização está a ser feita desde a última quarta, dia em que teve início o maior número de ocorrências.
No período entre 1 de janeiro e 31 de julho registou-se um total de 8539 fogos (1925 incêndios florestais e 6614 fogachos) que resultaram em 128 195 hectares de área ardida de espaços florestais, de acordo com o relatório provisório do Instituto Nacional de Conservação da Natureza.
Incendiários detidos Só este ano já foram detidas 60 pessoas suspeitas de atear fogos em Portugal. A Polícia Judiciária atualizou este número, após a detenção de seis pessoas por suspeita de fogo posto nas zonas de Famalicão, Paços de Ferreira, Gouveia, Bragança e Viana do Castelo. Os detidos, com idades compreendidas entre os 19 e os 61 anos, serão presentes às autoridades para um primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação.
Este número corresponde ao dobro dos detidos no mesmo período de 2016. Até metade do mês de agosto de 2016 o balanço era de 29 incendiários detidos.