Esta foi a carta que Obama deixou a Trump antes da tomada de posse

CNN revela conteúdo da ‘mensagem final’ de Obama

O antigo Presidente norte-americano escreveu uma carta ao seu sucessor Donald Trump no final do seu mandato, apelando ao respeito pela Constituição, assim como também aos direitos civis.

O texto foi divulgado este domingo pela CNN, cujo conteúdo tinha sido mantido em segredo até agora. Na carta escrita à mão, Barack Obama recorda os oito anos que passou em Washington e deixou quatro concelhos ao atual Presidente dos EUA.

 Obama começa por felicitar Donald Trump pela sua vitória nas eleições e sublinhou que milhões de cidadãos “depositaram nele as suas esperanças”, realçando que em primeiro lugar são os presidentes que constroem o sucesso de cada cidadão norte-americano.

Barack Obama destaca ainda que cabe ao presidente abrir caminhos para o sucesso das famílias trabalhadoras: “depende de nós fazer tudo o que for possível para construir escadas de sucesso para cada criança e cada família que estiver disposta a trabalhar.”

O mesmo relembra o atual presidente que é apenas um "ocupante temporário" da Casa Branca e que, por isso, deverá manter as instituições tão fortes como as encontrou: “cabe a nós, através da ação e do exemplo, sustentar a ordem internacional que se expandiu depois do fim da Guerra Fria, e da qual depende a nossa saúde e segurança”.

Por fim, antes de desejar o melhor ao novo casal presidencial, Obama aconselha ainda que deverá ter sempre tempo para a família e para todos aqueles que lhes são próximos, já que são eles que o vão ajudar a ultrapassar as fases menos boas da sua vida.

Leia a carta completa: 

"Caro Sr. Presidente

Parabéns pela notável corrida (presidencial). Milhões (de pessoas) depositaram esperanças em si, e todos nós, independentemente do partido, esperamos por prosperidade e segurança durante o seu mandato.

Esta é uma tarefa única, sem um plano claro para o sucesso, por isso não sei que conselho meu iria ser particularmente útil. Ainda assim, deixe-me oferecer-lhe algumas reflexões, que resultaram dos últimos oito anos.

Primeiramente, fomos os dois abençoados, em diferentes formas, com grande fortuna. Nem todos são tão sortudos. Cabe a nós fazer construir mais escadas para o sucesso para cada criança e família disposta a trabalhar arduamente.

Segundo, a liderança norte-americana neste mundo é indispensável. Cabe a nós, através da ação e do exemplo, sustentar a ordem internacional que se expandiu depois do fim da Guerra Fria, e da qual depende a nossa saúde e segurança.

Terceiro, somos apenas ocupantes temporários deste gabinete (Sala Oval). Isso faz de nós guardiões das instituições e tradições democráticas – como a regulamentação da lei, a separação de poderes, a proteção da igualdade e das liberdades civis – pelas quais os nossos antepassados lutaram e sangraram.

Independentemente do impulso e da força da política diária, cabe a nós deixar esses instrumentos da democracia pelo menos tão fortes como os encontramos.

E finalmente, tirar tempo, no meio dos eventos e das responsabilidades, para amigos e família. Vão ajudá-lo a ultrapassar os momentos mais difíceis.

A Michelle e eu desejamos a si e à Melania o melhor, no início desta grande aventura, e saibam que estamos prontos para ajudar das formas que pudermos.

Boa sorte e Deus vos proteja,

BO"