(.) (.) O mamilo da mulher constitui uma ameaça?

Da cabeça para a rua Entre algumas das campanhas mais famosas desenhadas por millennials está a “Free the Nipple”. 

Começou em 2012 e rapidamente se tornou lema da luta pela igualdade de género. A sexualização do corpo feminino é um dos assuntos mais discutidos pelos millennials. Tudo começou com um projeto de Lina Esco, precisamente com este nome. O filme “Free The Nipple” saíria em 2014 e desde então a expressão tornou-se uma hashtag popular nas redes sociais. As palavras resumem a vontade de defender a liberdade das mulheres exibirem os mamilos caso assim o queiram, sem serem acusadas de crime moral, como ainda acontece em alguns estados norte-americanos ou em países como o Brasil, que não permitem que as mulheres façam “topless” na praia.

O filme resultou de mais de quatro anos de trabalho, em que a atriz americana e ativista enfrentou situações de censura e dificuldades na distruibuição, conseguindo mais tarde acabar por conquistar a IFC, distribuidora de filmes como “Boyhood” e “A vida de Adele”.  “Puritanismo, dupla moral, violência, censura, igualdade e feminismo” foram algumas das palavras usadas por Lina Esco para descrever o processo numa entrevista ao “El País”, publicada em 2014.

Mas o empurrão para a causa chegou de celebridades como Miley Cyrus, Rihanna e Kendall Jenner, que decidiram juntar-se ao movimento e adotaram o slogan de Esco. E o caso não é único. Na Islândia a deputada Björt Ólafsdóttir também participou em 2015 na campanha, publicando uma fotografia do seu mamilo no Instagram e incentivando jovens a sair à rua pela causa. Em Portugal, Jessica Atheyde foi uma das celebridades a tocar no assunto: “Porque é que o mamilo da mulher é uma ameaça e o do homem não?”, escreveu no Instagram.

Por cá, os mamilos prometem voltar a sair à rua na próxima semana, no Porto, num protesto contra a objetificação do corpo da mulher.