10% da população não comprou medicamentos por questões financeiras

O relatório da OCDE refere-se a 2015 e 2016 e conclui que Portugal está a cima da média europeia nesse parâmetro

Segundo o relatório Health at a Glance 2017, da OCDE, um em cada dez utentes portugueses não comprou os medicamentos prescritos pelos médicos por motivos financeiros. Com este resultado, Portugal é um dos poucos países que aparece acima da média da OCDE de 7,1%. O relatório reporta alguns dados de 2016 e de 2015. 

Também por questões financeiras, 8,3% dos portugueses falharam idas ao médico, ficando abaixo do valor médio registado na Europa que chega aos 10,5%. Segundo a média, um habitante vai a 6,9 consulta por ano, um resultado mais alto do que o registado em Portugal que se fica pelas 4,1 consultas. 

A despesa direta com saúde nas famílias portuguesas corresponde a 3,8% do total gasto com os elementos familiares. No entanto a despesa continua a estar a cima damédia europeia que regista 3%. É também de ressalvar a subida do número de população coberta por seguro privado de saúde, sendo que um em cada quatro portugueses tive acesso a seguro em 2015. Há dez anos apenas cerca de 20% da população dispunha desse serviço. 

Apesar de ser um dos três países a registarem uma redução na evolução da despesa global em saúde "per capita", Portugal está alinhado com a média da ODCE atribuindo à saúde 8,9% do PIB, numa média de 9%. No entanto, no período de 2009 a 2016, Portugal baixou 1,3% a taxa anual de crescimento, um valor que contrasta com a subida de 2,2% entre 2003 e 2009. 

Portugal, à semelhança da Grécia, apresenta um número de médicos "per capita" relativamente elevado. No entanto o documento que afirma que os dados são relativos aos médicos com cédula profissional o que inclui médicos que não estão em exercício. Tendo como base essa ressalva, Portugal tinha 4,6 médicos por mil habitantes em 2015. 

No que toca ao número de enfermeiros, existem 6,3 profissionais para cada mil habitantes.