Na fronteira de Macau bastam três segundos para analisar o rosto de quem passa

Tecnologia chinesa de reconhecimento facial usa uma base base de dados de 1,4 mil milhões de pessoas

Na fronteira de Gongbei Port entre a China e Macau uma dúzia de funcionários de alfândega tem a tarefa hercúlea de analisar diariamente cerca de 400 mil pessoas que cruzam esse ponto de passagem entre a República Popular e a região administrativa especial que foi colónia portuguesa até 1999.

Uma tarefa mais simples desde que começaram a usar um software de reconhecimento facial desenvolvido por uma start-up de Xangai, a Yitu Technology, que em apenas três segundos consegue analisar um rosto e compará-lo com 1,4 mil milhões de fotografias armazenadas na base de dados nacional chinesa.

De acordo com o "South China Morning Post", as câmaras de vigilância de Gongbei Port captam os rostos dos viajantes e com ajuda do software conseguem em três segundos reconhecer se a pessoa tem ou não cadastro, mandados de detenção e se pode ou não ser uma ameaça.

A Yitu, que também tem um software que verifica as transações nas caixas automáticas de levantamento de dinheiro, tem atualmente como principais clientes os serviços de segurança pública chineses, mas pretende começar a exportar a tecnologia para outros países, nomeadamente África e Europa.

A empresa tem recebido importante investimento do Estado chinês para desenvolver tecnologia no domínio da inteligência artificial, área em que a China pretende investir 150 mil milhões de dólares nos próximos anos de modo a transformar o país num centro de inovação em inteligência artificial em 2030.