Mobiliário, têxtil-lar e iluminação de Portugal apostam em Paris

A “Maison & Objet”, uma das principais feiras de mobiliário do mundial, conta este ano com mais de uma centena de empresas portuguesas, algumas das quais a representar mais do que uma marca. 

A feira, bianual, junta os profissionais dos setores da decoração, mobiliário, têxteis-lar, iluminação, acessórios e cozinha. Para a primeira edição de 2018, de 19 a 23 de janeiro, em Paris, são esperados quase 100 mil visitantes e 3000 marcas.

"É uma das feiras mais internacionais onde nós participamos porque tem visitantes não só do mercado francês mas de todo o mundo. Algumas empresas até utilizam a feira de Paris como plataforma da sua internacionalização para o resto do mundo", revela o presidente da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA).

De acordo com Gualter Morgado, na "Maison & Objet" vai haver "novidades", à semelhança de "todos os anos", uma vez que "a maior parte das empresas faz a apresentação de novas coleções" nesta feira, para a qual a APIMA apoia mais de 40 firmas portuguesas.

"Neste momento o que falta é o reconhecimento do público em geral”, adianta Gualter Morgado, uma vez que “o nível profissional Portugal já está reconhecido como um dos melhores do mundo, quer no mobiliário quer na decoração, no âmbito de uma fileira casa para o setor doméstico e para o setor hoteleiro”.

“Só que esse reconhecimento ainda não é total por parte do consumidor final", vincou Gualter Morgado, salientando que o próximo passo é adquirir este reconhecimento. O responsável das empresas de mobiliário salienta ainda que "as expectativas são sempre as melhores" e passam por "abrir novos mercados". 

Outras empresas portuguesas na “Maison & Objet” serão apoiadas pela Associação Selectiva Moda, "o braço armado para a realização das feiras internacionais" da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP).

De acordo com o diretor-geral da ATP, nesta feira “o mais importante é não só passar a ideia e que o 'Made in Portugal' corresponde a uma excelência produtiva, à excelência ao nível da inovação tecnológica, mas também à excelência ao nível da criatividade da criação de marcas, conceitos e coleções na decoração, conforto da casa e 'lifestyle'”.

Daí que, explica Paulo Vaz, terão apoio "um grupo de dez empresas particularmente sofisticadas" nos têxteis-lar e decoração, setor em que "Portugal está a começar a jogar no campeonato" dos 'trend setters' com a expetativa de "vir a crescer e um dia vir a ser campeão".

Já a Associação dos Industriais Portugueses de Iluminação (AIPI) vai apoiar 15 empresas de iluminação e cutelaria que pretendem contactar “os atuais clientes e tentar captar novos clientes para continuar a aumentar as exportações".

Segundo Ricardo Sebastião, diretor executivo da AIPI, os setores da iluminação e cutelaria "têm apostado cada vez mais no 'design'", depois de muitas empresas não terem resistido à competição pelo preço com os mercados asiáticos há mais de dez anos. Desse choque, sobreviveram "apenas as empresas que conseguem competir por uma mais-valia tanto no 'design' como no saber-fazer", o que transformou a imagem da produção portuguesa.