Papa pede perdão por casos de pedofilia na Igreja Católica no Chile

“Não posso deixar de manifestar a dor e a vergonha que sinto perante o dano irreparável causado às crianças”

Papa pede perdão por casos de pedofilia na Igreja Católica no Chile

O papa Francisco pediu esta terça-feira perdão pelos crimes de pedofilia cometidos por membros da Igreja Católica no Chile, país onde se encontra para uma visita de três dias.

“Não posso deixar de manifestar a dor e a vergonha que sinto perante o dano irreparável causado às crianças por elementos da Igreja", afirmou Francisco, que falava durante um encontro com políticos chilenos e membros do corpo diplomático.

"Quero unir os meus irmãos no episcopado, pois é justo pedir perdão e apoiar as vítimas com todas as suas forças, ao mesmo tempo devemo-nos esforçar para não nos repetir", acrescentou o líder da Igreja Católica.

Recorde-se que a organização Bishop Accountability publicou esta semana uma lista com 80 sacerdotes, clérigos e uma freira chilenos acusados de abuso sexual de menores.

Ataques a três igrejas Desde a chegada do papa ao Chile, três igrejas foram incendiadas, revelou fonte policia, citada pela agência Lusa.

Dois dos edifícios afetados situam-se nas zonas de Lagunillas e Río Negro, na região de Araucania, zona que o papa irá visitar na quarta-feira. As autoridades suspeitam que os grupos radicalizados ligados ao chamado conflito dos Mapuche estejam por detrás dos ataques. Em causa está um conflito com vários anos, no qual as comunidades indígenas reivindicam terras ancestrais. As duas igrejas ficaram completamente destruídas.

Um terceiro incêndio numa igreja em Puente Alto, perto de Santiago, causou danos consideráveis no edifício.

As autoridades estão a investigar os três casos.

Decisão polémica O papa chegou esta terça-feira a Santiago, numa visita que irá durar três dias. São esperados protestos relacionados com os abusos sexuais perpetrados por elementos da Igreja Católica daquele país.

Para além disso, os chilenos estão descontentes com uma decisão tomada por Francisco em 2015: o papa nomeou um bispo próximo do reverendo Fernando Karadima – em 2011, o Vaticano considerou Karadima culpado dos crimes de abuso sexual de dezenas de menores.

O papa parte na quinta-feira para o Peru, para mais uma visita de três dias.