Malparado pressiona bancos

Os bancos portugueses continuam pressionados pelo crédito malparado, embora o crescimento económico do país esteja a apoiar a recuperação do setor. 

De acordo com diretor da agência de 'rating' Fitch responsável pelo setor financeiro, “os bancos reduziram o volume de Non Performing Loans, mas ainda é elevado”.Josu Fobu refere que a rentabilidade ainda está fraca, mas a “perspetiva do fim do programa de compra de dívida [do Banco Central Europeu] e a subida dos juros leva a prever uma melhoria das margens”.

Apesar de reconhecer que foram feitos progressos no setor bancário nacional, Josu Fabo nota que ainda há obstáculos a superar. “Temos de realçar que ainda há desafios para o setor bancário. Estes têm de ser resolvidos para que os bancos melhorarem os ratings e os perfis de risco”, salienta.

O responsável da agência de 'rating' destacou o crescimento económico, com a Fitch a estimar que o Produto Interno Bruto (PIB) português tenha crescido 2,6% em 2017, antevendo, no entanto, um abrandamento no próximo ano.Já o crédito malparado, que continua a consumir uma quantidade de capital elevada aos bancos, é um "grande desafio" que deve ser resolvido, para abrir "espaço de manobra" ao setor.

Um fardo que as instituições têm tentado reduzir com várias iniciativas. Contudo, para a agência de notação, estas medidas não vão resolver o problema. É o caso da platafoma criada para reduzir os créditos em incumprimento, que conta com a Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP e Novo Banco.

“Estas iniciativas estão na direção certa, mas não resolvem por magia o problema [do malparado] no curto prazo”, disse Josu Fabo no Credit Lisbon Seminar promovido pela Fitch em Lisboa.