Carlos Mendes: “A RTP proibiu-nos de ganhar o festival da Eurovisão”

Não, não é Alcácer, não galopam por aí os cavalos encarnados, o dia nasceu tristonho, molengão, pouco dado a cavalarias, talvez passe, de vez em quando, uma cavalgadura de gola de gabardina levantada e ar suspeito de espião internacional, se ainda os houvesse, o ruído da chuva caindo dos beirais, trazendo, aqui e ali, um…

Carlos Mendes: “A RTP proibiu-nos de ganhar o festival da Eurovisão”

Não, não é Alcácer, não galopam por aí os cavalos encarnados, o dia nasceu tristonho, molengão, pouco dado a cavalarias, talvez passe, de vez em quando, uma cavalgadura de gola de gabardina levantada e ar suspeito de espião internacional, se ainda os houvesse, o ruído da chuva caindo dos beirais, trazendo, aqui e ali, um pombo morto que ficará a desfazer no empedrado até que venha o jato de água dos homens das limpezas.

Não, não é Alcácer, Amélia dos olhos doces.

É apenas o Bairro Alto, Rua do Norte, dois amigos à conversa como o têm feito tantas vezes ao longo dos últimos anos, precisamente aqui, na intersecção daquela rotina chiadesca que tanto irritava o O Neill, pluviomerdenta, diria hoje, neste dia preciso, e os aromas a especiarias do restaurante onde nos sentamos absolutamente sem fome.

Houve anos em que Carlos Mendes, à beira de lançar o seu novo disco, cinquenta anos de carreira já às costas como quem carrega uma saca de lenha para se queimar, dividia com a mulher, Lena, um bar único, aqui um pouco mais acima, mais a norte na rua do mesmo nome, a chamar tertúlias heterogéneas, figuras extraordinárias de bastidores de teatro e guarda-vestidos e o Carlos ao piano, de chapéu na cabeça, harmoniando : «Cabelos cor de viúva/Cabelos de chuva, sapatos de tiras,/E pois, quantas vezes,/Não queres e não amas/Os homens que dormem,/Os homens que dormem/ contigo na cama…»

E vinham madrugadas consecutivas, marchando obedientemente como exércitos bem treinados.

Olha lá, posso tratar-te por arquiteto?

Podes!

Ótimo! Era mesmo isso que me apetecia.

(E ele, ri-se, de risada larga de sexta-feira de manhã).

Mas é algo que ainda faz parte da tua vida?

Há bem pouco tempo fui convidado para uma comemoração ligada ao Hospital de Guimarães, obra na qual trabalhei muitos anos, por exemplo. Antes do 25 de Abril trabalhei muito em muitos projetos. Agora, é claro que havia o chamado da música. Mas a arquitetura está presente. Sempre presente. Quanto mais não seja porque me tirou o medo do papel em branco…

Queres uma cerveja?

Hmmm… para já não.

Esta pergunta era fácil demais. Eu quero. Bem tirada. Fala-me do papel em branco.

Falo-te do que já sabes. Que também conheces. És jornalista, escritor, há sempre esse fantasma na nossa frente. Ter estudado deu-me uma nova perspetiva do mundo, abriu-me caminhos, tornou-me mais confortável com as situações nas quais as ideias não surgem como estava à espera.

Calculo que também ajude na harmonia, por exemplo.

Ajuda. Ajuda a escolher os textos, também. A perceber onde eles encaixam.

As métricas?

Exatamente! As métricas!
Agora talvez já queira essa cerveja…

A Universidade…

Foi um convívio muito, muito saudável! Mas acrescento: neste momento não faço arquitetura. Uns rabiscos em casa e pouco mais…

Ora bem, toco num ponto sensível: fizeste 70 anos!

Bem, não te posso dizer que não sinta qualquer coisa com isto dos 70 anos. Parece que passou tudo muito de repente. Agora a diferença de gerações está mais diluída. Tem até que ver com o modo como a gente se veste. 

Mas já vi que não deixei de tocar num ponto sensível…

Repara. Eu não tenho medo da morte. O que realmente me aflige, o que me faz confusão, é ver desaparecer amigos. Angustia-me. E depois esta revoada das redes sociais. Antigamente não sabíamos de nada, agora todos os dias recebo mensagens deste que está doente, do outro que está por pouco, ainda mais um internado…

Espero que no meio dessa revoada te sintas em forma.

Sinto-me em forma! Fisicamente. Em termos profissionais. Adoro estar em cima de um palco, cantar para a malta. Rejuvenesce-me!

Queres mais uma cerveja? Eu quero. Vou rejuvenescer-te ainda mais e vamos até ao tempo dos teus vinte anos.

Eh, pá!

Fala-me dos Sheiks…

Venho de uma família burguesa. O meu pai era pediatra, os meus irmãos diziam que eu tinha nascido em berço de ouro, ali na Alameda Dom Afonso Henriques e toda aquela relva foi o meu recreio. Nos anos 50 vivia por ali muita gente. Tinha um grande amigo, já falecido, o Jorge Barreto, que tocava guitarra. Eu tinha aulas de piano, à bom burguês, e entretanto formámos um duo que era algo que estava na moda. Mas depois achámos que cantar em português era fatela. Então cantávamos num inglês manhoso, porque também não sabíamos muito nessa altura, e entretanto foi-se juntando um grupo grande, gente da Alameda, da José Malhoa, cada um ia trazendo os seus instrumentos, nem que fossem caixas de fósforos. Certo dia, um cunhado da minha mãe que trabalhava na TAP trouxe um disco com sons da América Latina, boleros e tal, e acabámos por ensaiar umas músicas para uma estreia ali numa tasca que era A Matinha, às vezes assim com uns clientes um bocado estranhos. Nessa altura já tocava com o Jorge Barreto e o Chaby e o José Manuel Costa Pereira. 

E eis que surge a influência fundamental…

Sim. Uns tais de Beatles e todos ficámos fascinados e com vontade de fazer algo do género. Enfim… foi assim… Mais tarde aparece o Paulo de Carvalho, que trabalhava na Baixa e vinha de elétrico até ao Areeiro. Foi um processo de crescimento, que levou o seu tempo, entraram uns, saíram outros…

Mas vocês atingiram uma popularidade dos diabos! Isso deveu-se a quê? Qualidade?

Também. Mas tínhamos carisma e estávamos apoiados por uma grande editora, a Valentim de Carvalho. Depois havia o facto de andarmos os quatro sempre juntos. E isso tornava-nos mais naturais, mais genuínos.

Daí os Beatles portugueses…

Pois… sabes como é: criam-se paralelismos. Foi um mito. Porque cantávamos em português, porque não fazíamos muitos concertos já que as aparelhagens eram pobres, acabando por tocar sobretudo em teatros e, nesse aspeto, o Vasco Morgado, que andava à frente do seu tempo, deu-nos um grande empurrão. Tocávamos muitos covers em festas universitárias, em bailes de finalistas, etc. Ganhámos uma popularidade grande, é verdade. E tocávamos muito Beatles, claro está.

Chegaste a cantar uma música do Paul McCartney.

Cheguei. O Penina. Quem escreveu sobre isso foi um jornalista chamado Luís Pinheiro de Almeida e ele diz a verdade. A música não foi escrita para mim. O McCartney terá passado no Hotel Penina ou para beber uns copos e ficou a ouvir um grupo que estava lá a tocar, salvo erro os Jotta Herre…

Exato: com dois tês e um agá.

Ora lá terão tocado juntos e, no final, o McCartney sentou-se ao piano e fez uma música que eles gravaram lá como puderam. O disco com essa música seria editado pela Phillips e eu, que já tinha deixado os Sheiks, fui abordado para tocar aquilo. Sinceramente: nunca tinha ouvido falar em tal nem estava muito interessado. Já estava dedicado à faculdade e um bocado fora do meio. Além de que vivia uma fase de gostar mais dos contestatários, como o Zeca. Mas acabei por ouvir a música e gostar daquilo. Além do mais admirava o McCartney e sempre tinha a possibilidade de ficar ligado a um trabalho dele. Acabou por ter algum sucesso, mas eu não alimentei a coisa grandemente…

Eis-te, portanto, menino bonito das meninas de Lisboa!

Era agradável! Sim, era agradável. Claro que elas não eram tão atrevidas como são hoje, mas aproximavam -se, pediam autógrafos e depois já dependia da arte de cada um transformar esse autógrafo em algo de mais concreto…

Ah!Ah! Registo a ironia. É de escacha!

A gente alimentava essa coisa das miúdas, mas temos de pensar no que era Lisboa em 1962 ou 1963. Íamos ver aqueles filmes melosos do Elvis, ou do Cliff Richard, dos Beatles, com elas aos gritos atrás. Uma espécie de mimetismo. 

Por que é que os Sheiks acabaram ?

Até é bom que perguntes. Sabes que nessa altura até apareceu um foto minha num jornal sob o título – «O papá não quer!» O que foi uma injustiça para ele que, apesar de ser ligado às ciências, nunca quis refrear as nossas tendências artísticas. Só que, para ele, ser artista era estar a assinar um contrato com a fome. Queria que todos tivéssemos um curso de forma a garantirmos a nossa independência. Tive sempre por ele uma admiração extraordinário. Trabalhador incansável, gente de uma seriedade excecional, maçon, um dos fundadores do Partido Socialista. Representava muito para mim. Nessa altura já o meu irmão mais velho que era um antifascista estava no exílio e o meu pai tinha aquele receio de que eu fosse chamado para a guerra. Quando regressámos da célebre digressão dos Sheiks a Paris, eu vinha muito cansado. Imaginas o que foi a vida de miúdos de 19 anos em Paris semanas a fio…

Ai imagino imagino..

Aquilo era uma loucura. Eram mil anos de avanço em relação a nós. Entretanto o meu irmão mais velho, que estava na Suíça, no exílio, avisou-me: «olha que entras para a universidade até aos 20 anos ou eles chamam -te para a tropa.»

Alto! Com a tropa não se brinca!

É isto que eu transmito ao grupo. Porque o grupo foi formado por mim. Vamos parar até junho, vou fazer as duas disciplinas que me faltam, e depois pensamos em reiniciar. 

Mas…

Mas houve ali qualquer coisa…Lembro -me de ir a uma reunião com um tal de João Martins, que tinha passado a ser o nosso agente, e ele resumir o assunto a esta frase. «ou estudas ou cantas! As duas coisas é que não».

Não te ficaste, pelo que sei.

Claro! Perguntei: «afinal quem manda aqui, nós ou este gajo?» Mas o Paulo disse logo que não podia estar três meses sem trabalhar, os outros também estavam com vontade de continuar e foi isto: eu sai. Cortei por completo. Achei que foi uma desonestidade para comigo. E aquilo perdeu a identidade. Desfez -se… E eu acabei por entrar para a universidade em 1967.

Mas continuaste na música. No ano seguinte ganhaste o Festival da Canção!

É verdade. mantive me sempre ativo, mas não a tempo inteiro.

Como te apareceu o convite para o Festival?

Pelo Pedro Osório. Encontrávamo-nos no Algarve às vezes onde ele tocava o Trio Barroco. Aliás a música foi feita no Algarve.

Verão.

Sim, Verão. E ele perguntou -me se eu gostava de ir cantá-la ao Festival da Canção que, nesse tempo, não tinha esta conotação um bocado parva que tem agora. Olha. Ganhei. Um miúdo vindo de um grupo jovem pop-rock. Foi um bocado antissistema o que deu bastante gozo.

Irritaste a malta?

Na brincadeira costumo dizer: a Simone desmaiou e a Tonicha chorou… 

E ganhas outro tipo de popularidade.

Completamente. Os grupos vão-se desfazendo por causa dos alistamentos para o Ultramar e surgem cada vez mais cantores a solo. Até lá fora, com o Tom Jones ou com Engelbert Humperdinck. Acabei por ter uma projeção brutal. E já trabalhava num atelier de arquitetura. Nessa noite da vitória, quando quis ir para casa não consegui tal era a quantidade de gente à minha porta. Fugi para a quinta de um amigo em Tomar. Na Alameda vivia num rés-do-chão. Passavam as noites a atirarem-me pedras à janela. E a espreitarem lá para dentre. Era impossível aguentar. Fechei-me um bocado. Até porque tinha cadeiras da faculdade para completar. Não terei aproveitado devidamente o impacto da vitória no Festival da Canção, ma isso teve muito ligado àquela fase da minha vida. Fui muito participante nas atividades associativas, dediquei-me à Academia, interessei-me por todos os movimentos que se iam criando.

Mas não aproveitaste essa popularidade excitada nem da primeira nem da segunda vez que ganhaste o Festival?

A segunda vez foi diferente. Eu já estava a trabalhar e a sério, num atelier, com projetos e mãos.

Além disso casaste…

Sim. Pela primeira vez. Em 1971. Mas ganho o segundo Festival em 1972.

(Esta de se ter casado deve ter irritado bastante algumas esperançosas moçoilas lisboetas, mas enfim, é apenas um parêntesis, fica entre nós, até porque a miss Portugal também arrasava corações)

Estás, então, arrumadinho na vida.

Não será tanto assim. Mas estava, de facto, muito dedicado à minha carreira de arquiteto, muito mais caseiro, trabalhava com o filho do Marcelo Caetano, o João, uma pessoa muito respeitável, adorava o urbanismo, fiz as Amoreiras, fiz o Vale do Lobo, uma outra série de coisas que me deram absoluto prazer e que me realizaram.

Mas foste ao Euro Festival…

Sim. Tive uma classificação muito boa. Só não ganhámos porque a RTP não quis…

Homessa!

Sim. Eu estava com muito saída. Gravei em espanhol, em italiano, em inglês. Até era o Carlos Cruz que tratava da produção. Foi um trabalho magnífico. Tão bom, tão bom, que estávamos em Lisboa a gravar quando nos chamaram a Lisboa. Uma reunião com o presidente da RTP, Ramiro Valadão. Acontecia que, em Londres, tínhamos estado a gravar com a Parr Records, uma editora poderosa, mas que não tinha nenhum representante no Euro Festival. De tal ordem as coisas cresceram que quando realizei o meu primeiro videoclipe, cantado em inglês, começou a passar nos intervalos dos filmes dos cinemas em Inglaterra. Uma vez fui a Picadilly ver Os Cães de Palha, com o Dustin Hoffmann, e dou comigo a ver-me na tela a cantar «Que venha o sol o vinho e as flores». Foi de fugir. Eu e a Ana ficámos ali a olhar um para o outro.

Voltemos ao Ramiro Valadão para não perder esse episódio meio macabro.

Ah! Recebeu-nos no escritório dele e levantou o dedo de imediato: «Nem pensem ganhar o Euro Festival! Nem pensem!!! Não quero essa gente cá em Portugal para o ano». E ainda nem havia esta proliferação de países de Leste, se não imagina.

O que acontece depois?

Aconteceu que naquelas reuniões preparatórias nos dias que antecederam a noite da Eurovisão, para nos apresentarem uns aos outros, para ficarmos a saber quais eram os responsáveis pela BBC e etc.,, o responsável pela nossa televisão, a RTP, um Dr. Bidarra, salvo erro, pediu para nós um honroso terceiro lugar, afirmando que não desejávamos nada mais do que isso. 

E qual o resultado da negociação? 

Mandaram-nos lá para sexto ou sétimo lugar.

Era coisa para aquela senhora irritada com o António Silva na Canção de Lisboa desatar aos gritos: «Ó papá vamos embora que isto é tudo uma granda aldrabice!»

Tudo uma mentira. Ganha quem quer. Eles combinam e tantarantantam. Por isso, isso para mim não serve. Nunca mais participei em nenhum festival. Fui convidado para concorrer este ano, agora que anda tudo doido por causa do rapazinho, o Sobral, garantem que vai ser uma coisa tremenda, dos diabos, mas não me parece. Na minha altura o festival tinha importância porque não havia mais nada. Se querias aparecer ias quanto muito às associações recreativas ou um baile de vestidos de chita. Agora não. Há festivais por todo o lado.

O que te fez regressar à música por inteiro? Estavas instalado na arquitetura e desinstalaste-te.

Isso deveu-se muito ao 25 de Abril.

Essa é boa! Viva o 25 de Abril!

A coisa é estranhíssima. Dá-se o 25 de Abril e há gente que começa insistir para participar em reuniões de sindicatos, em movimentos solidários. Não tarda estou transformado num delegado sindical. E, aos poucos, também me convencem que fazem falta vozes para cantar nessas reuniões, nessas manifestações, nessas festas. Eu, a princípio de pé atrás, a confessar que já perdi o repertório, que estou fora do meio, e eles a teimarem: que tens de vir, que é fundamental, que é até um dever cívico.

Reentras na música pela porta da política.

Nem mais! Tive de ir à procura de novas músicas, de novas canções.

Mais politizadas, também elas.

Sim. E eu cantava muito com o José Niza que me trouxe muitos poemas do Manuel Alegre que acabei por musicar e cantar. Entretanto, filiei-me no Partido Comunista e, como sabes, havia ali uma relação muito dura entre o PC e o PS. E acontecia isto: eu cantava Manuel Alegre e a malta reclamava – «Estás a cantar coisas desse gajo! Pára lá com isso». E lá ficava eu reduzido ao Adriano e mais umas coisas antigas. É então que conheço alguém muito importante para a minha carreira.

Joaquim Pessoa.

Joaquim Pessoa. Através da mulher do Tordo que se dava com a Ana Maria, a minha ex, um tipo que trabalhava num banco. Fui lá ter com ele, mas houve logo uma condição da parte do Joaquim: «vamos trabalhar mas em termos de obra, nada de coisas soltas». Assim foi. Começo a gravar e a ter êxito. Primeiro o Alcácer, depois aquele fenómeno que foi a Amélia…

Vamos lá ver, quem é a Amélia dos olhos doces?

É uma prostituta. Uma miúda de olhar muito doce que o Joaquim terá encontrado junto ao Liceu Camões, ali na praça, na praça…

José Fontana?

Lá está! Isso. E o que ficou para a história é que o Pessoa ia a guiar, virou-se para o Manuel Branco, que ia sentado ao lado dele, e disse: «pega num papel e escreve». E despejou o poema inteiro. Tão excitado estava com aquilo que chegou a casa às tantas da manhã e ligou logo para mim. Faço a música no dia seguinte, canto-lha e ele fica maravilhado. Mas eu só dizia: «não gosto; não presta; esta música é uma merda!» A verdade é que se me colou à pele para sempre e já não consigo ir a lado nenhum que não me peçam para cantá-la.

Olha. Mas também musicaste um poema do Mário Soares…

Eh, pá! E mais te digo. Faz parte deste meu novo álbum que vou lançar agora. Agora, foi tudo uma brincadeira. Eu apresentava um programa televisivo chamado Falas Tu Ou Falo Eu e era hábito, no final, presentear o convidado com uma surpresa. Quando foi a vez da Maria Barroso ir ao programa, convenci um amigo de que era secretário do Mário Soares a surripiar-lhe um poema que dedicara á mulher. Musiquei-o e cantei-o no final desse programa. O poema era Para Ti Meu Amor. E agora fiz-lhes uns arranjos novos e irei inclui-lo neste álbum com muito gosto.

Bem, vamos embora. Queres uma cerveja?

Não. Acho que não. Vou preferir um café.

Ok. Questões de gosto. Venha um de cada…