Relatório internacional indica que incêndios causaram perdas em valores superiores a mil milhões

Os incêndios do verão passado fizeram mais de 100 vítimas mortais e resultaram num prejuízo superior a mil milhões de euros – dos quais apenas 244 milhões estão cobertos por seguros – indica um estudo internacional.

De acordo com os dados conhecidos, "houve 1,2 biliões [mil milhões] de dólares (cerca de mil milhões de euros) de perdas económicas, das quais apenas 300 milhões [de dólares] (cerca de 244 milhões de euros) estão devidamente transferidos para apólice de seguro", avançou à agência Lusa, o diretor técnico da corretora de seguros Aon em Portugal.

A Aon é responsável pelo relatório Anual de 2017 Análise de Clima e Catástrofes, em que são apontados os cinco desastres naturais mais significantes em toda a Europa, no Médio Oriente e em África. Entre estes desastres, estão os incêndios de outubro em Portugal.

Portugal aparece "claramente no mapa", como sendo um dos países onde foram verificadas as maiores perdas por incêndios florestais, logo a seguir aos Estados Unidos, apontou Pedro Athouguia.

Segundo a Aon, os incêndios provocaram prejuízos em 875 milhões de dólares, cerca de 708 milhões de euros, com apenas 270 milhões a serem suportados pelos seguros.

"O setor de seguros locais declarou que este foi o desastre natural mais caro na história do país, com indemnizações superiores a 295 milhões de dólares" (240 milhões de euros), refere o relatório.

Os incêndios dos meses de junho e de outubro são descritos como uma parte da "temporada de incêndios florestais mais destrutiva e mortal já registada" em Portugal, sendo considerado como "o desastre natural mais caro registado para o setor de seguros local".

Segundo o mesmo responsável, o relatório "acaba por transmitir exatamente o conforto que existe no mercado segurador para absorver, apesar de ter sido um ano 'horribilis' [2017], quase o dobro daquilo que se verificou em 2016 em termos de prejuízos que são indemnizáveis ao abrigo dos contratos de seguro".